Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
SHABAT(sábado) NO NOVO TESTAMENTO
sábado) NO NOVO TESTAMENTO
A VALIDADE DO SHABAT(sábado) NO NOVO TESTAMENTO
Os que insistem em pregar que o Shabat passou, e que os cristãos estão hoje desobrigados de sua observância, afirmam apoiarem-se nos ensinamentos de Yeshua ou dos apóstolos para justificarem tal mudança na Lei ou até mesmo a sua extinção.
Mas Yeshua realmente ensinou que o Shabat não mais deveria ser guardado? Ele aboliu este mandamento, e colocou o domingo em seu lugar, como o dia de adoração para os cristãos?
Vejamos o que diz as Santas Escrituras, pois o Shabat aparece mais de 60 vezes no (“Novo Testamento”).
Vamos analisar agora as passagens que tratam sobre o Shabat:
a) Mt 12:1-14 (cf. Mc 2:23-3:6; Lc 6:1-11)
Nesta passagem Yeshua é interrogado por estar colhendo espigas no Shabat´, sendo que tal pratica não é roubo se feita a coleta com as mãos e não com foice para se alimentar de imediato conforme prescrito na Torah em Levítico 19:9, 23:22 e Deut. 23:25, 24:19. Os P’rushim (Fariseus) condenam esta ação não levando em conta a liberalidades da Torah e nem a necessidade de preservação da vida quando Yeshua e seus Talmidim (discípulos) precisaram se alimentar, pois tais P’rushim haviam sobrecarregado o Shabat com inúmeras “mini-leis” ou como se diz no judaísmo “leis de cerca” ou “Syag L‘Torah”, que deveriam auxiliar a observância desse dia sem perigo de transgressão de maneira a ter que ser aplicada a pena capital (Nm. 15:32-36).
Diante da situação Yeshua, então, responde com a famosa frase:
“O Filho do Homem é Senhor do Shabat”, aqui se é necessário verter a frase para o hebraico para se entender o que Yeshua quis dizer: “Ha Ben-Adam Adon Le Shabat” o termo Ben-Adam pode ser entendido como filho do homem ou apenas como Ser Humano, este é o mais comum, e tal interpretação é fácil de se compreender com o uso paralelo do texto de Marcos 2:27-28 que diz que o Shabat foi feito para o homem e não o homem para ser escravizado por regras adicionadas pelo próprio homem acerca do Shabat, sendo assim o homem (Ben-Adam = Ser Humano) que é senhor do Shabat, mas não para corrompe-lo e aboli-lo mas sim para usá-lo de maneira a benefício da vida e não em detrimento da vida, entenda-se isso como se você for morrer por causa de uma proibição legal você tem obrigação de manter a sua vida e violar a proibição, mas se você for morrer e a proibição a ter que ser cumprida pode lhe causar morte espiritual se violada, você tem que escolher a morte física para não obter a morte espiritual que é eterna, assim como os amigos de Daniel e o próprio Daniel na corte babilônica escolheram ir para fornalha e a cova dos leões respectivamente por não violar o mandamento de adorar a outro que não fosse o D-us de Israel, e vemos que Yeshua usa o dia de Shabat para fazer o bem e curar os oprimidos, sendo que tal atitude não é proibida nem na Torah Escrita (Pentateuco) e nem na Torah Oral ( Mishná + Guemará = Talmude) e pelo contrario há uma seção inteira sobre a necessidade de se preservar a vida e trazer cura mesmo que isso se de no Shabat, sendo que a vida é mais importante que o Shabat, mas para tais procedimentos é necessário haver parâmetros que devem ser reconhecidos e respeitados pela sociedade e isso que acontecia nos Tempo de Yeshua com o diferencial de haver alguns dos P’rushim (Fariseus) que eram exageradamente legalistas e se importavam mais com a letra da Lei do que a Essência da Lei e era a este grupo que Yeshua se referenciava como sendo hipócritas.
Outro fato é o papel de Yeshua como sendo a Palavra de D-us pronunciada em Gênesis 2:3 onde há a Santificação e Benção sobre o Shabat, sendo que Ele é a pronuncia de tal mandamento ele também poderia ter a autoridade de mudar o mandamento, mas isso feriria toda a interpretação Bíblica que assegura que tanto D-us e a sua Palavra são imutáveis e não ficam variando sobre o que já foi determinado como se o Nosso D-us fosse homem ou filho do Homem para que se arrependa de alguma coisa (Nm. 23:19), sendo assim tal declaração de Yeshua ser o Senhor do Shabat não dá nenhuma margem para que o Shabat fosse abolido ou minimizado; apenas demonstra que Yeshua possui uma autoridade superior àquela que os P’rushim (fariseus) estavam dando a Ele, ou seja, para os P’rushim (fariseus) Yeshua não passava de um impostor, mas o Mestre demonstrou o erro dos “doutores”, ao declarar que o Shabat era um dia santifica e abençoado por Ele como sendo a Palavra de D-us, por isso, Ele tinha autoridade para melhor explicar a essência do Shabat e quais as sua implicações e graus de comparabilidade entre os demais mandamentos. Em seguida, surge a situação da cura do homem da mão ressequida. Yeshua já sabia muito bem que os P’rushim (fariseus) não concordariam com uma cura realizada no Shabat, mas o Senhor pela capacitação da Ruach HaKodesh conhecia o coração hipócrita desses líderes, que estavam dispostos a sacrificar uma vida humana em defesa da Literalidade da Lei e não de sua Essência mas não achavam errado socorrer um animal ferido no Shabat, quando isso pudesse trazer algum retorno financeiro para eles. Revemos aqui que em Marcos (2:27) Yeshua declara que o “sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado”.
Isto é perfeitamente compreensível e verdadeiro, pois tudo neste mundo (natureza, animais, igreja, família, sexo, salvação, Shabat, perdão, etc.) foi criado por D-us para benefício da Sua mais importante criatura – o Homem. Tudo foi feito “por causa”, ou seja, em benefício do Homem. Dizer que nesta declaração Yeshua está afirmando que não precisamos obedecer o mandamento do Shabat é, no mínimo, um desprezo às mais elementares regras de interpretação de texto.
b) Mt 24:20 Esta é uma passagem que demonstra a verdadeira noção de importância que Yeshua dava ao dia de descanso. Nesta profecia, o Senhor declara que a fuga dos discípulos nos períodos de tribulação não deveria ocorrer no Shabat, pois isto certamente os encontraria desprevenidos por estarem envolvidos na preparação e santidade deste dia. Yeshua foi tão preciso em Sua profecia, que o exército romano entrou e destruiu Jerusalém no ano 70 d.C., ou seja, aproximadamente 40 anos após Yeshua ter feito a declaração de Mt 24:40.
Que importante e inquestionável testemunho da validade que o Shabat tem na vida de adoração do crente, mesmo após a ressurreição do Salvador.
Yeshua desejava que o Shabat permanecesse como dia de adoração, mesmo após Sua morte e ressurreição, como fica evidente pela leitura desta passagem. Este é um dos muitos versos que os inimigos do Shabat nem mencionam, pois não conseguem explicá-lo sem distorcer o real sentido da passagem.
c) Mt 28:1-10 (cf. Mc 16:1-11; Lc 24:1-12; João 20:1-10) Este texto trata da ocasião em que Yeshua foi crucificado e ficou durante o Shabat na sepultura. Novamente, em nenhum momento há qualquer menção sobre a abolição do Shabat para os cristãos.
Há o relato histórico de que foi num dia da preparação para o Shabat – Mc 15:42 que Yeshua foi crucificado, permanecendo durante todo este dia na sepultura, e ressuscitando apenas ao por do sol do Shabat.
d) Lc 4:16 Que texto maravilhoso! Uma declaração absolutamente clara de que era “costume”, ou seja, era um hábito normal de Yeshua estar na sinagoga (a congregação da época) no dia de Shabat.
Ele, como Mantenedor de tudo como sendo a Palavra de D-us, não poderia deixar de lado algo que Ele mesmo ao ser pronunciado criou, santificou, abençoou e deixou como exemplo para toda a humanidade. Este é outro texto que os inimigos do Shabat não conseguem argumentar contra, sem distorcer o que a Bíblia está ensinando.
e) Lc 13:10-14:6 (cf. João 5:9-9:16) Novamente Yeshua é interrogado sobre a legalidade de se realizarem curas no Shabat.
É evidente que não se pode usar o Shabat como desculpa para não operar o bem ao próximo. Os P’rushim (fariseus), porém, atolados em sua hipocrisia e ganância, preferiam “fechar os olhos” para algo tão claro, revelado no amor de D-us. O texto é muito claro em dizer que os P’rushim (fariseus) “nada puderam responder” à Yeshua (cf. Lc 14:6).
f) Lc 23:56 Outro verso para o qual os inimigos do Shabat não conseguem dar uma explicação eficaz e verdadeira, sem distorcer o texto bíblico.
Se Yeshua REALMENTE havia ensinado ou insinuado que o Shabar era desnecessário na nova aliança, e que o “tempo da graça” havia chegado, por que estas mulheres continuaram guardando-o?
Não havia chegado a hora de coloca este “jugo” de lado, como o dizem muitos hoje?
Estas santas mulheres, que permanecerem ao lado de Yeshua durante Seu ministério terrestre; que ouviram os ensinamentos divinos dos lábios do próprio Senhor; que sabiam das respostas que Yeshua havia dado aos P’rushim (fariseus) acerca do tema do Shabat, como vimos anteriormente; que presenciaram a crucifixão do Seu Mestre; estas mulheres não abandonaram o mandamento do Shabat quando Yeshua morreu, e muito menos adoraram no domingo, como fazem os pseudo seguidores de Yeshua da atualidade.
Elas permaneceram fiéis à Lei do Senhor, e “descansaram segundo o mandamento” (cf. Êx 20:8-11). Mais claro que isso é impossível…
Os inimigos do Shabat sempre citam a passagem de João 20:19 para apoiarem sua teoria de que os discípulos trocaram o Shabat pelo domingo, após a ressurreição do Mashiach.
Basta uma leitura sincera do texto para ver que o motivo que levou os seguidores de Yeshua a estarem reunidos naquele dia era o “medo dos da Judéia”. Não estavam ali fazendo uma missa ou culto de adoração, mas estavam era se escondendo da perseguição que já estava sendo iniciada. É muito fácil distorcer o texto bíblico para favorecer um pensamento pessoal de um indivíduo ou denominação. Mas o Espírito Santo ajuda àqueles que, sinceramente, buscam descobrir a verdade acerca do viver que agrada ao Senhor. Não encontramos em nenhum lugar da Bíblia a palavra “domingo”, nem qualquer menção à mudança do sétimo para o primeiro dia da semana, nem por Yeshua, nem pelos Seus apóstolos.
O Shabat no Livro de Atos Este livro é muito esclarecedor porque nos mostra um resumo de como era a vida na Igreja que estava iniciando seus primeiros passos. Certamente é no livro de Atos que poderemos encontrar alguma base de autoridade para a rejeição atual do Shabat, se é que existe tal base.
Atos 1:12 – Esta é a primeira menção ao Shabat no livro de Atos, apenas fazendo referência ao costume de andar uma curta distância durante este dia (aproximadamente 1 Km), nota-se que Lucas mesmo ao se tornar um seguidor de Yeshua a mais de vinte anos, que a data posterior do livro de Atos ele ainda se utiliza de argumentação tradicional judaica, nota-se que ele é um prosélito sendo que não precisaria se utilizar de certas terminologia judaicas mas mesmo a despeito de ser um gentio convertido e seguidor de Yeshua ele não se faz de estranho a cultura judaica. 13:14 – Os discípulos procuram uma sinagoga para pregar. São acolhidos com atenção e aproveitam para pregar sobre Yeshua (vv. 16-41), acrescentando que em todos os Shabat são lidos os ensinamentos de D-us nas sinagogas (v. 27), aqui vemos a antiguidade da liturgia de se estudar uma Parashá (Porção da Torah) e uma Haftará (Porção dos Profetas) todos os Shabatot. 13:42 – Os discípulos receberam o convite tanto de gentios como dos judeus (v. 43) para retornarem no próximo Shabat, e continuarem a maravilhosa pregação sobre Yeshua. 13:44 – Quase toda a cidade veio no Shabat seguinte para ouvir o que os discípulos tinham ainda para falar. Percebemos que não eram todos judeus, pois estes estavam tentando desfazer a pregação dos discípulos diante da multidão (v. 45). Vemos que a Sinagoga era o reduto daqueles que temiam a D-us entre os gentios por isso a pregação ao Shabat nas Sinagogas se tornou importantíssimo para a disseminação maciça do evangelho entre as nações, imagine se não houvesse um dia especifica de reunião para a adoração ao verdadeiro D-us, onde tais gentios tementes a D-us receberiam a mensagem restauradora de suas almas, com certeza que não seria num templo pagão, ao menos não neste inicio tão conturbado de perseguição. 15:12-21 – Esta é uma passagem reveladora, pois foram determinadas algumas coisas que não mais poderiam ser impostas sobre os gentios conversos ao cristianismo. Pergunta-se: Por que os apóstolos não incluíram o Shabat entre os temas proibidos???? Não dizem hoje que eles trocaram o Shabat pelo domingo, logo após a ressurreição???? Fica evidente que os inimigos do Shabat hoje em dia estão mais interessados em tradições humanas, do que seguir os princípios que os discípulos de Yeshua demonstravam em sua própria vida. O verso 21 em especial mostra que as quatro proibições eram apenas iniciais e deviam ser respeitadas mesmo sem entendimento prévio dos que se achegavam a fé em Yeshua como o Mashiach, mas o entendimento das demais leis e mandamentos seria explicado gradativamente aos novos fieis a cada Shabat nas Sinagogas que desde de muito tempo sempre teve alguém disposto para ensinar a Lei e os profetas.16:11-15 – Alguns dizem que os discípulos pregavam no Shabat apenas para aproveitar as sinagogas judaicas.
Mas a passagem em questão revela claramente que não era este o real motivo. Paulo, como você sabe, foi um apóstolo que não conviveu pessoalmente com Yeshua, tendo sido convertido alguns anos após a ressurreição do Mestre. Paulo é encontrado aqui neste texto procurando “um lugar de oração”, no Shabat, afastado da cidade. Por que??????????? Será que o Espírito Santo não havia orientado o apóstolo a abandonar os “rudimentos” do judaísmo, como dizem os inimigos do Shabat? Fica muito claro para o leitor sincero que Paulo, um dos maiores apóstolos de Yeshua, nunca ensinou a abolição do Shabat, e ele mesmo vivia a santidade deste dia especial por onde quer que andasse. 17:1-3 – Novamente, Paulo é visto aproveitando o Shabat para pregar a salvação em Yeshua àquelas cidades. 18:1-4 – O apóstolo da graça e dos gentios tinha uma profissão – fazer tendas, o texto é claro ao dizer que Paulo ia à Sinagoga nos Shabatot, como fica evidente pelo texto bíblico, ele se dirigia ao local de adoração para pregar sobre a salvação em Yeshua.
Percebe-se facilmente (basta ler sem preconceitos) que não era apenas para encontrar os judeus que Paulo ia à Sinagoga no Shabat, pois o próprio texto afirma que ele pregava também aos gregos neste dia, e bem sabemos que os gregos não santificavam o Shabat. 19:17-27 – Nesta passagem, Paulo afirma enfaticamente que estava de consciência limpa porque ensinara TUDO que era importante para os gentios viverem uma vida de verdadeiros princípios bíblicos, bem como mostrara para eles TODO o desígnio de Deus para suas vidas.
Mas em NENHUM momento ele fala para eles abandonarem o Shabat e adorarem o Senhor no domingo.
O Shabat em Apocalipse 1:10 não tem referência ao Shabat mas em grego não tem segredo como segue:ἐγενόμην ἐν πνεύματι ἐν τῇ κυριακῇ ἡμέρᾳ καὶἤκουσα ὀπίσω μου φωνὴν μεγάλην ὡς σάλπιγγος“egenomēn en pneumati en tē kuriakē ēmera kaiēkousa opisō mou phōnēn megalēn ōs salpingos” – “Fui levado em espírito ao dia do SENHOR, e ouvi detrás de mim voz grandiosa, como de um Shofar (Trombeta)”.
O problema corrente da má interpretação se deve a locução “en tē kuriakē ēmera”, que quer dizer “no dia do Senhor” ou “ao dia do Senhor”, sendo que a contextualização é o melhor caminho para se decidir se Yochanan (João) está falando que ele foi levado num dia semanal ou à um determinado dia que profeticamente é chamado de o “DIA DO SENHOR”.
Eu como judeu poderia ser tendencioso e dizer que Yochanan está falando do Shabat pois em toda a Bíblia o único dia semanal chamado de Dia do Senhor é o Shabat, tanto que Yeshua disse que ele mesmo é o Senhor do Shabat e não do domingo, mas sejamos sinceros, será que Yochanan em meio ao exílio na Ilha de Patmos iria dar um dado tão supérfluo de que dia da semana ele estaria tento a visão?
Acho que o intuído dele era mais profundo; o intuído dele ao meu ver segundo o contexto, foi de dizer que ele foi levado em espírito á vislumbrar o “Grande e Terrível Dia do SENHOR” que segundo inúmeras passagens proféticas se refere ao dia que o SENHOR começará o julgamento da Terra antes mesmo do arrebatamento e da Implantação do Reino Messiânico por Yeshua.
Vemos no contexto, diversos elementos que profeticamente estão ligados ao “Grande e Terrível Dia do SENHOR”, como a menção do shofar, a descrição do Filho do Homem como em sua forma Final e Eterna com roupas de Realeza e etc….E por tudo o que Yochanan relata nesse Livro podemos ver que tudo faz referência ao que antes fora profetizado pelos santos Profetas do Senhor e intrinsecamente ligado ao derradeiro “Grande e Terrível Dia do SENHOR” conforme podemos comprovar pelas seguintes passagens que citam o dia de julgamento pela alcunha de “O DIA DO SENHOR” : Ez. 7:19; 13:5, Jl. 1:15; 2:1,11,31; 3:15, Am. 5:18,20; 8:9, Ob. 1:15, Sf. 1:7, 14-18, Zc. 14:1 e Ml. 4:5 e mesmo no “Novo Testamento” tem referências a este dia como em Atos 2:20, I Cor. 5:5, I Tes. 5:2-4, II Tes. 2:2 e II Pe. 2:10. 14:6-7 – Interessante notar que a mensagem que o 1º anjo recebeu para levar a todo o mundo era uma exortação para adorarem a D-us como “Criador” de todas as coisas. O mais curioso é que o único mandamento que revela o motivo pelo qual o Senhor deve ser adorado é o 4º – o do Shabat (cf. Gên. 2:1-3; Êx 20:8-11), e praticamente a mesma seqüência de palavras é utilizada em ambas as passagens (cf. Êx 20:11; Ap 14:7), ou seja, devemos adorar Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e tudo o mais. Coincidência? Não.
A Bíblia é um livro de “providências”.
Os santos de D-us, no Apocalipse, são retratados como sendo aqueles que “guardam os mandamentos de D-us” (cf. 12:17; 14:12; Sal. 119:152). E a Bíblia considera a guarda dos mandamentos como sendo válida SOMENTE quando TODOS os mandamentos são obedecidos, inclusive o 4º (cf. Tg 2:10-11).
Como pudemos ver no texto bíblico, não há uma única palavra autorizando a abolição do Shabat, pelo contrário, vemos que TODOS os discípulos de Yeshua continuaram guardando este dia, mesmo muitos anos após a Sua morte, como foi o caso de Paulo, por exemplo. Há algumas passagens que tratam do primeiro dia da semana. Mas, será que elas autorizam alguma mudança?
Vejamos…
a) “No findar do Shabat, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro” (Mt 28:1).
O verso apenas diz que elas foram ao sepulcro no primeiro dia da semana, após o Shabat, pois elas haviam descansado no Shabat em obediência ao mandamento (cf. Lc 23:54-56).
O verso nada fala sobre a santidade do domingo após a ressurreição de Yeshua.
Outro ponto sobre isso é que o primeiro dia da semana naquelas época não era à meia noite do sétimo dia mas sim após o por do sol do sétimo dia, sendo assim Yeshua ressuscitou para celebrar a Havdalá ao fim do Shabat (Mt. 28:1 e Lc. 24:1) e não no domingo posteriormente instituído, pois até então o nome do dia era primeiro dia (Yom Rishon).
b) “E, muito cedo, no primeiro dia da semana, ao despontar do sol, foram ao túmulo” (Mc 16:2).
Outro verso que apenas faz o relato de que as mulheres foram ao sepulcro no primeiro dia da semana, e apresenta que só foram neste horário porque o Shabat já havia passado (cf. Mc 16:1). Nada fala sobre a santidade do domingo, e ainda confirma que elas guardavam o Shabat do Senhor.
(Obs. Tal trecho não existe em manuscritos mais antigos, fazendo com que haja desconfiança em sua originalidade, pois “ao despontar do sol” é muito diferente de “ao findar o Shabat”)
c) “Havendo ele ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual expelira sete demônios” (Mc 16:9).
Apenas mais um relato sobre o momento histórico no qual Jesus ressuscitou.
Mais uma vez, nada é apresentado sobre a pseudo-santidade do domingo como dia da ressurreição de Yeshua.
(Obs. Este trecho também não existe em manuscritos mais antigos, fazendo com que haja desconfiança em sua originalidade)
d) “Mas, no primeiro dia da semana, alta madrugada, foram elas ao túmulo, levando os aromas que haviam preparado” (Lc 24:1).
Como o último verso do cap. 23 deixa claro que aquelas mulheres guardavam o Shabat, foi só passar o pôr-do-sol e elas foram ao sepulcro realizar o trabalho que havia sido deixado por fazer, para não se transgredir as horas santas do Shabat do Senhor (cf. Lc 23:54-56).
Você vê algo neste verso que autorize a santidade do domingo? Nem eu… (Vemos que tal termo alta madrugada em nada se parece com o despontar do sol que existe em Marcos – Intrigante não é?)
e) “No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu que a pedra estava revolvida” (João 20:1).
Apenas a repetição das passagens anteriores. Ninguém está questionando que Yeshua ressuscitou no domingo, mas dizer que por este motivo este dia agora ficou no lugar do Shabat, é acrescentar palavras que não estão no texto Bíblico.
f) “Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos da Judéia, veio Yeshua, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco” (João 20:19).
O texto é muito claro em afirmar o motivo pelo qual eles estavam reunidos: o medo dos da Judéia. Não tinha nada que ver com um culto ou missa dominical.
O v. 26 diz que oito dias depois portando numa Segunda-Feira e não no domingo posterior, Yeshua Se apresentou novamente para os discípulos.
Yeshua encontra-os ainda escondidos dos da Judéia, com as portas trancadas, e aproveita para apresentar-Se a Tomé, que estava ainda duvidando de Sua ressurreição.
Nada ainda encontramos sobre a autoridade de mudar o Shabat para o domingo.
E olha que este seria um bom momento para Yeshua aproveitar e ensinar para os discípulos que o domingo agora deveria ser o dia de guarda, mas como vemos nos textos não há tal ensino.
g) “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite” (At 20:7).
O motivo pelo qual os discípulos estavam reunidos neste primeiro dia da semana é revelado no próprio texto bíblico:
Paulo estava para viajar no dia seguinte. Nada mais. Não era um culto semanal dominical, pois já vimos que Paulo adorava o Senhor no Shabat (cf. At 16:11-15; 18:1-4; etc.).
Outro ponto discutível é que o tal “primeiro dia” de Atos 20:7 tratava-se na realidade da celebração de Havdalá que nada mais é que o partir do pão após o por do sol do Shabat, sendo que Shaul (Paulo) se prolonga em sua prática que indica que sempre após um dia inteiro de estudo que é costume judaico que se inicia ao amanhecer e se finda ao por do sol, havia entre os seguidores de Yeshua a continuação da celebração que neste caso específico durou até a meia noite, levando Éutico a cair da janela de tão cansado por um dia inteiro de estudo e celebração, mas após Shaul o tê-lo ressuscitado subiram novamente para o cenáculo e Shaul falou até o amanhecer.
i) “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for” (1Co 16:2).
Este é o ÚLTIMO dos oito únicos versos do Novo Testamento que fala sobre o primeiro dia da semana. Já vimos que as sete passagens anteriores nada falam sobre a autorização para os cristãos mudarem o sábado para o domingo. Resta agora analisar esta última passagem. Paulo está falando sobre uma ajuda que seria enviada para os irmãos da Judéia
(v. 1; cf. At 11:28-30).
Os irmãos não são orientados a se reunirem no primeiro dia da semana para adorarem ao Senhor. O apóstolo dá uma orientação para separarem sua contribuição “em casa”, muito provavelmente junto com as provisões semanais da própria família. Quando Paulo visitasse a cidade, as ofertas já deveriam estar todas prontas. O fato de os discípulos se reunirem em um dia específico, além do sétimo semanal, não faz de tal dia um substituto do Shabat do 4º mandamento, pois eles se reuniam diariamente (cf. At 5:42). O que torna um dia “santo” é a determinação de D-us, e isto acontece na Bíblia SOMENTE para o Shabat (cf. Gên. 2:1-3; Êx 16:1-10: 20:8-11). E outro ponto a se tecer comentário é sobre o termo que aparece que é μίαν σαββάτου “Mian Sabbatou” indicando que o período é logo após o por do sol do Shabat, quando as pessoas fossem para suas casas após a guarda do dia sagrado e daí sim eles começariam a fazer o serviço de separação de mantimentos em suas próprias casas para serem levados por Shaul para distribuição entre os pobres, fato este que é uma repetição do que ocorre sem especificação de dia como em At. 11:29, Rm. 15:26 e Gl. 2:10; portanto vemos que nesse texto não temos nada em que se possa generalizar uma simples prática de arrecadação como uma ordenança de mudança de dia sagrado de guarda.
Analisamos as passagens do Novo Testamento que tratam do Shabat, e vimos que TODOS os discípulos e seguidores de Yeshua guardaram este dia normalmente, pois fazia parte do seu dia-a-dia. Não há nenhum cogitação entre os discípulos sobre a mudança do Shabat para outro dia qualquer. Infelizmente, tal pensamento só existe na mente dos que não querem obedecer aos mandamentos do Senhor, opondo-se arrogantemente à Palavra de D-us. Se nossa base de fé estiver unicamente na Bíblia, e não na tradição ou mandamentos de homens (cf. Mc 7:13; At 5:29), então o único dia semanal que devemos separar para adorar ao Senhor, deixando de lado afazeres seculares e comuns, é o Shabat. Seja fiel, e D-us abençoará grandemente sua vida; afinal Ele promete: “Grande paz têm os que amam a Tua Lei; para eles não há tropeço” (Sal. 119:165).
Por Metushelach Ben Levy se baseando em diversas fontes bibliográficas.