Aprendemos com Gideão (Juizes 6-7) que grandes mudanças requerem atitudes definidoras. Gideão saiu da condição de miserável, explorado e sacrificado para a posição de vencedor. Mas esta mudança só aconteceu depois de suas atitudes demarcatórias.
1. SINCERIDADE.
Gideão bem que poderia fingir reverência diante de Deus (seu anjo) e dizer que acreditava na fidelidade de Deus e em seu imenso poder, mas ele optou pela sinceridade ao mostrar suas dúvidas: “Mas Gideão lhe respondeu: Ai, senhor meu, se o SENHOR é conosco, por que tudo isto nos sobreveio? E que é feito de todas as suas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez o SENHOR subir do Egito? Porém, agora, o SENHOR nos desamparou e nos deu na mão dos midianitas. (Juízes 6.13)”.
2. AUTO-CRÍTICA.
Muitos estudiosos defendem a atitude no verso 15 como sendo uma demonstração de humildade, mas também podemos definir como uma posição de lucidez e auto-crítica. Gideão mostra com esta frase “E ele lhe disse: Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu, o menor na casa de meu pai.” que conhece suas limitações e reconhece não ser o mais indicado para uma tarefa tão séria.
3. LIBERALIDADE.
No verso 19 podemos detectar um senso de liberalidade, quando Gideão percebe que não pode se apresentar diante de Deus sem apresentar sua oferta (a oferta que o Senhor nunca despreza é um coração contrito e quebrantado). Veja o que diz o verso 19 de Juízes 6: “E entrou Gideão e preparou um cabrito e bolos asmos de um efa de farinha; a carne pôs num açafate e o caldo pôs numa panela; e trouxe-lho até debaixo do carvalho e lho apresentou.”
4. SENSIBILIDADE
Antes de pensar em guerra, Gideão pensou primeiro na possibilidade de Paz. No verso 24 vemos: “Então, Gideão edificou ali um altar ao SENHOR e lhe chamou SENHOR É Paz; e ainda até ao dia de hoje está em Ofra dos abiezritas.”. Note que logo em seguida, o próprio Senhor lhe dá uma ordem para edificar o segundo altar (um altar de guerra). Eu entendo essa atitude de Gideão como alguém que aprende a parar o carro antes de aprender a dirigir, ou alguém que aprende a descer a bicicleta antes de aprender a colocá-la em movimento. Isso faz a diferença de muitas pessoa que aprendem o caminho da guerra antes de conhecer o caminho da paz. A sensibilidade de Gideão mostra que antes de ser o VARÃO DE GUERRA, nosso Deus é o PRÍNCIPE DA PAZ.
5. CONFIANÇA.
Nos versos 36 a 40, encontramos Gideão procurando certificar-se de que realmente é Deus que o está conduzindo. Quantos líderes se perdem em seus ministérios por atenderem chamado que não vem Deus? Gideão teve dúvidas acerca da fonte espiritual, mas não prosseguiu com a dúvida. Ele percebeu que uma missão de tamanha responsabilidade precisava de avaliação prévia. Somente depois de certificar-se que o chamado vinha de Deus é que ele assumiu o desafio. Mas depois que assumiu, ele teve confiança total. SE DEUS É POR NÓS, QUEM SERÁ CONTRA NÓS?
6. DECISÃO.
Uma vez que certificou-se do chamado, Gideão não se deixou assustar pelo tamanho do adversário, nem pela carência de recursos (somente 32 mil homens). Gideão tomou a decisão e não deixou que nada desse mundo interrompesse sua caminhada: MAIOR É O QUE ESTÁ EM NÓS!
7. PURIFICAÇÃO.
Enquanto Gideão preparava sua estratégia de trabalho e montava seu grupo de trabalho, ele teve que se submeter a 3 fases de rompimento com coisas do seu mundo. A primeira separação foi quando teve que usar os bois preferidos de seu pai para derrubar o ídolo dele (SEPARAÇÃO ESPIRITUAL – olhar Jeremias 15.19). A segunda separação acontece quando ele tem que dispensar dois terços de seus parcos recursos (SEPARAÇÃO ESTRUTURAL – Olhar Mateus 6.33). Mas a purificação completa só vai acontecer quando ele tem que abrir mão dos 9700 homens que mostraram estar mais afeito ao modo natural de ser e fechar seu MINISTÉRIO somente com os 300 homens que se puseram a beber a água de forma não natural. Ali ele tomou a atitude mais importante de seu ministério: MAIS VALE UM HOMEM QUE ESTÁ NA PRESENÇA TOTAL DE DEUS, DO QUE MIL QUE ESTEJAM COM UM PÉ LÁ OUTRO CÁ.
CONCLUSÃO:
A maior dificuldade de uma grande virada é achar que é possível tomar todas as atitudes de uma só vez. Por exemplo: se alguém despejar um balde de milho no chão diante de um cavalo, e voltar uma semana depois, vai achar milho no chão, mas se o fizer diante de uma galinha. Certamente vai achar o chão limpo como se tivesse sido varrido. É que a galinha sabe que vai comer um milho por vez e o cavalo vai querer comer tudo de uma vez só. Então se alguém quiser começar sua grande virada, deve proceder como Gideão, uma atitude de cada vez. Observe que a primeira delas é se identificar perante Deus. Isso lembra PROVÉRBIOS 28.13.
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