1.2 Premilenismo Dispensacionalista
Essa é a corrente escatológica mais complexa. Quem a esta se posicionar e quiser aprofundar será necessários anos de pesquisa e árduo estudo.
Antes de entendermos basicamente os pontos sobre o milênio defendido pelo dispensacionalismo, vejamos um pouco sobre a história desse pensamento e suas características.
A teologia dispensacionalista é centralizada na escatologia, sendo depositária de uma hermenêutica literal que parte do Antigo Testamento para o Novo Testamento. Por defender a inerrância das escrituras (fundamentalismo), hoje o dispensacionalismo é a linha teológica defendida pela grande maioria dos evangélicos das Américas.
O padre Emanuel Lacunza (1731-1801) fora o primeiro a separar a idéia do arrebatamento da idéia da volta de Cristo, ou seja, sempre a Igreja defendeu que o arrebatamento e a segunda vinda são o mesmo evento, até esse padre lançar essa proposta, no Chile. Porém essa idéia surgiu por motivos políticos. Quando Lacunza fora expulso do Chile, escrevera na Itália um livro com suas idéias pré-tribulacionistas, no qual defendia que, o intervalo entre o arrebatamento e segunda vinda era de 45 dias. Logo após, surge Eduard Irving dizendo que, esse intervalo era de 3 anos e meio. Em 1827, Darby, que era anglicano, abandona sua igreja e se membra a Igreja dos Irmãos. Começou a estudar o Antigo Testamento e já conhecia os escritos do padre Lacunza. Em 1830, Darby visita uma congregação, em que uma adolescente de 15 anos, Margareth Macdonald, profetiza que o intervalo entre o arrebatamento e a segunda vinda de Cristo seria de 7 anos. Margareth Macdonald faleceu com 29 anos, e segundo o atestado de óbito, ela era insana mental. Após isso, parece que Darby adotou essa idéia de 7 anos de intervalo; publicou 40 livros expondo suas idéias numa linguagem fundamentalista, o que lhe deu proeminência.
Bem resumidamente, essa é a história do dispensacionalismo. Os adeptos do Premilenismo Dispensacionalista, sustentam a existência de um arrebatamento, em que 7 (sete) anos depois, período da grande tribulação, virá o milênio. Para essa linha escatológica, há uma distinção histórica e bíblica entre Israel (Povo escolhido) e Igreja. No milênio Cristo reinará na Terra – isto visto fazendo uma leitura literal de Ap.19-20(vide). Encontram bases bíblicas no Velho Testamento para o milênio, usando uma hermenêutica ora literal, ora alegórica, ora tipológica, ora simbológica.
Basicamente, o Premilenismo Dispensacionalista difere do Histórico na questão dos eventos, pois os históricos ou clássicos defendem arrebatamento e segunda vinda como evento uno, já os dispensacionalistas separam os eventos. Eu disse “basicamente” nessa questão, pois o Dispensacionalismo é muito mais amplo que essa questão de evento, envolvendo profecias de Daniel e todo um encaixe do Velho no Novo Testamento.
Alguns proponentes dessa corrente escatológica são: Darby, Scofield (autor da primeira bíblia evangélica com notas de rodapé), Lewis Sperry Chafer; John Walvoord, Charles Feinberg, Herman Hoyt, Harry Ironside, Eric Sauer, Charles Ryrie e outros, como muitos fundamentalistas.