A lenda corrente de que o apóstolo Pedro residira em Roma por um período de 25 anos (de 42 a 67 d.C.), onde teria sido supostamente sepultado, faz parte do rico fabulário inventado pelo sistema católico romano, baseado na “tradição”!
Ralph Woodrow, em seu excelente livro “Babilônia, a religião dos mistérios”, afirma: “Não existe qualquer prova, biblicamente falando, de que Pedro até mesmo se aproximou de Roma! O Novo Testamento nos diz que ele foi para Antioquia, Samaria, Jope, Cesaréia e outros lugares”. E, acrescentaria: menos Roma!
Interessante que tal lenda, surgida lá pelos idos do século terceiro, determinava um período de 42 até 67 d.C., justamente quando o apóstolo desenvolvia seu ministério em inúmeras cidades. Vide a seguir:
Ano 42 – Herodes Agripa o prendera em Jerusalém com a intenção de matá-lo; solto milagrosamente (Atos 12.2-17).
Anos 49 e 50 – Ainda em Jerusalém.Tinha estado com Paulo,tendo dividido o campo de trabalho para evitar atritos. Pedro exerceria o apostolado entre os judeus e Paulo entre os gentios (Gálatas 2.7, 9, 10).
Ano 52 – Ainda em Jerusalém.Tomava parte no Concílio, sob a presidência de Tiago (Atos 15.7-13). Depois, apareceu em Antioquia, onde Paulo lhe resistiu frontalmente (Gálatas 2.11).
Ano 54 – O imperador Claudio (41-54) expulsou de Roma todos os judeus, porque causavam distúrbios (Atos 18.2). Até o ano 54, pois, Pedro não podia estar em Roma porque era judeu, não tendo ouvintes judeus.
Ano 55 – Mencionado como “evangelista itinerante” (1Coríntios 9.5).
Neste período, evangelizou o Ponto, a Galácia, a Capadócia, a Ásia, a Bitínia e Babilônia (1Pedro 1.1;5.13).
Ano 67 – Pedro escreveu suas epístolas. Não há nenhum sinal de sua presença em Roma!
Assim, entendemos, que a estada de Pedro em Roma, por 25 anos, e a qual o catolicismo romano dá foros de verdade, não passa, isto sim, de uma ” lenda escandalosa e pérfida, não havendo provas de seu “martírio em Roma”, conforme nos relata o ex-padre (ex-locutor do Vaticano), Antônio Gonçalves Pires, em seu livro “Pode um católico salvar-se?”
Moyses Magno Lima.