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ORAR NO MONTE. É BÍBLICO? É CRISTÃO?

ORAR NO MONTE. É BÍBLICO? É CRISTÃO?

Sempre ouvi amigos falarem de idas aos montes para orar. Até me fizeram convites. Mas, nunca me senti motivado para ir. Não que eu não goste de orar, mas sempre acreditei na Bíblia, ela me diz que Deus é onipresente, e por isso percebo e sinto sua presença em qualquer lugar. E creio que em qualquer lugar que eu orar, Deus vai me ouvir. Essa era a minha opinião mais amistosa sobre o assunto. Mas, foi mudando para mais refutante quando passei a analisar com mais atenção esse comportamento religioso evangélico que tem ganho muitos devotos dia após dia. Vamos ao resultado dessa análise a seguir:

* Pude perceber que as pessoas adeptas dessa prática trocam suas idas a Escola Bíblica Dominical; os cultos em suas congregações, para estarem em montes orando;

* Pude observar algo estranho ao verdadeiro evangelho no relato das pessoas que vão a esse local, dizem: “Eu fui muito abençoado por Deus quando passei a frequentar o monte”. Outros dizem: “No monte agente sente melhor a presença de Deus”. Ainda outros dizem: “No monte nós temos mais liberdade para orar”;

* Analisando os relatos das pessoas que frequentam esse lugar. Os que mais se destacam é que as pessoas vão subindo monte tipo uma peregrinação ou romaria católica. No local propriamente dito, as pessoas rodam, pulam, saltam, fazem sapateados, caem. Alguns concordam com isso, outros não. Já ouvi relatos nada religioso, onde me disseram ver pessoas fornicando ali. Há pessoas sinceras, picaretas e outras que estão lá por outros interesses. Mas, o fato é que todos concordam em está ali.

Por causa desses motivos passei então a levantar alguns questionamentos: Essa prática é bíblica? Existe algo similar no mundo religioso que explique tal prática?

Respondendo aos questionamentos encontro respostas nada animadoras aos que gostam de orar no monte e preciso relatar aqui. E como cristão bíblico e que busco uma ortodoxia bíblica e cristã descubro que esses montes acabam se tornando um monte de heresias. Se não vejamos:

É BÍBLICA ESSA PRÁTICA?

Pelo contexto das Escrituras? Claro que não. O que há são versículos que se isolados servirão de pretexto para tal prática. Mas, todo bom cristão que estuda a Bíblia e a tem como regra de fé e conduta cristã vai interpretá-la dentro de seu contexto. Por exemplo, os adeptos dessa prática religiosa usam da afirmação de que Jesus procurava os montes para orar. Bem como Moisés também. Analisemos alguns desses trechos da Bíblia:

“Tendo-as despedido, subiu ao monte para orar à parte. Ao anoitecer, estava ali sozinho”. (Mt.14.23). Observe que Jesus aqui procura o monte para orar, mas quando nos ensina a orar ele diz: “Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”. (Mt.6.6). Buscando luz no contexto do livro de Mateus chegamos a conclusão que Jesus não manda ninguém orar no monte. Ele foi orar no monte provavelmente por que a multidão não lhe deixava sossegado para orar em outro lugar. Em momento algum Jesus atribui ao monte alguma coisa sagrada.

“E, tendo o Senhor descido sobre o monte Sinai, sobre o cume do monte, chamou a Moisés ao cume do monte; e Moisés subiu”. (Êx.19.20). Observe nesse caso que Deus se faz presente no monte e chama Moisés a subir para um encontro que tem propósitos divinos. Se você for para o capítulo seguinte verá que Deus entrega a Moisés os mandamentos (Êx.20.1-17). Em fim, em parte alguma da Bíblia vemos Deus mandar pessoas se reunirem em montes para orarem. Não há nenhuma ordem expressa nas Escrituras que mande o cristão orar no monte. Não tem propósito divino algum nisso.

O fato é que biblicamente, esse comportamento de que no monte Deus se faz mais presente é errado. Esse pessoal nunca leu o Salmo 139? Lá está escrito:

“Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá”. (idem v.8-10). Jesus disse: “Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt.18.20). Ora, Jesus não disse onde, o foco de sua presença está nas pessoas e não no lugar. Paulo escreveu: “Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?”. (1Co.6.19). Todo cristão é morada de Deus, templo do Espírito Santo. Então por que buscar um lugar místico? De onde vem isso? A resposta desse questionamento se ressalta aqui nossa próxima pergunta: Existe algo similar no mundo religioso que explique tal prática?

DE ONDE VEM ESSA PRÁTICA?

Como diz a Bíblia: “O que tem sido, isso é o que há de ser; e o que se tem feito, isso se tornará a fazer; nada há que seja novo debaixo do sol”. (Ec.1.9). Não tem novidade na terra, essa prática assemelhasse ao paganismo religioso bem antigo, conhecida como “totemismo”. Descobrimos essa prática quando vamos cursar o bacharelado em teologia onde nos deparamos com o “comportamento religioso”, cadeira conhecida como “psicologia da religião”. O prefixo “totem” designa qualquer objeto, clã, coisa, animal ou planta que seja cultuado como divindade ou que se atribui como lugar mistico. “Totem” tem a representação de um brasão, símbolo ou talismã (amuleto, fetiche). O sufixo “ismo” é a tendência para tal prática. A prática de orar nos montes tem semelhanças com o totemismo. Isso porque o lugar é tido como místico. Tipo, como falei acima na declaração das pessoas que ouvi, onde afirmam serem muito abençoadas por terem frequentado o monte. É como se o lugar operasse milagrosamente e não Deus. Se não fosse o lugar e não Deus tal benção não chegaria. Isso é semelhante a crenças do totemismo. Outra informação relevante é que boa parte das pessoas que frequentam o monte são de segmento neopentecostal. Movimento já refutado por mim no blog ANTI-HERESIAS: Veja; bem como os rituais de oração que ocorre nesses montes regados a giros, pulos, sapateados, quedas ao chão, mais conhecido como “reteté” que também tenho postado no mesmo blog: Veja. O movimento “neopentecostal” tem um flagrante apego ao totemismo não só nas visitas aos montes, mas na consagração do copo com água, e vários objetos em que são introduzidos na prática religiosa desse movimento para realização de seus ritos. O totemismo é uma crença bem antiga assim como o xamanismo, que se assemelha ao reteté. Tudo fonte de alimentação do paganismo e da feitiçaria. Fato esse que me leva a lembrar aquela igreja de Apocalipse muito tolerante a personagem antiga chamada Jezabel. Vejamos o texto: “Mas tenho contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se diz profetisa; ela ensina e seduz os meus servos a se prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos”. (idem 2.20). Essa igreja (de Tiatira) tinha uma conformação muito grande com aquilo que a mulher Jezabel, personagem citada na Bíblia no AT como mulher religiosa, sacerdotisa do culto ao deus Baal, que tornou-se pedra de tropeço do rei de Israel: Acabe, que foi muito repreendido pelo profeta Elias. Jezabel (sua esposa) praticava o culto a Baal regado a muita feitiçaria. Esses cultos a Baal eram comumente cheios de totemismo. Não precisamos pesquisar muito para encontrar na Bíblia passagens reprovando o povo de Israel se deixando levar para irem aos montes, altos ou outeiros em que havia o totem:

“Sacrificam sobre os cumes dos montes; e queimam incenso sobre os outeiros, debaixo do carvalho, do álamo, e do terebinto, porque é boa a sua sombra; por isso vossas filhas se prostituem, e as vossas noras adulteram”. (Os.4.13);

“Ele fez também altos nos montes de Judá, induziu os habitantes de Jerusalém à idolatria e impeliu Judá a prevaricar”. (2Cr.21.11);

“Porque também eles edificaram altos, e colunas, e aserins sobre todo alto outeiro e debaixo de toda árvore frondosa”. (1Rs.14.23);

“Também oferecia sacrifícios e queimava incenso nos altos e nos outeiros, como também debaixo de toda árvore frondosa”. (2Rs.16.4);

“Certamente em vão se confia nos outeiros e nas orgias nas montanhas; deveras no Senhor nosso Deus está a salvação de Israel”. (Jr.3.23).

Apocalipse 2.20 fala de “prostituição”. Isso por dois motivos: haviam cultos a baal com prostituição sagrada (1Rs.14.24), muito comum naquela época; e também porque na “prostituição” ocorre “mistura” interpretada como “sincretismo” religioso, algo muito apresentado pelos profetas de Israel em forma figurada como prostituta quando o povo adorava a Yahveh e também aos deuses das nações vizinhas (Os.1.2; Ez.16.25-29). Portanto, a tolerância daquela igreja de Apocalipse não era a essa mulher pois ela existiu a muito tempo antes. Mas, Jesus revela que aquela igreja aceitava frouxamente a prática de alguma coisa ligada a feitiçaria, ao totemismo, ao culto pagão. Tolerava um sincretismo religioso. Isto é, a sua prática religiosa era meio cristã e meio pagã. Semelhantemente, os que vão para esses montes, caem na mesma advertência de Jesus. E por aplicação agem como essa igreja de Apocalipse.

CONCLUSÃO

Os mais sinceros que vão ao monte simplesmente para orar, fica aqui o meu conselho: é muito difícil não se misturar ou concordar com tais práticas. Pois quem cala consente e a Escritura já adverte: “Abstende-vos de toda espécie de mal”. (1Ts.5.22). Aos que se envolvem com tudo isso que tá qui, minhas sinceras admoestações: Arrependei-vos! A Palavra de Deus repreende:

“Ovelhas perdidas têm sido o meu povo; os seus pastores as fizeram errar, e voltar aos montes; de monte para outeiro andaram, esqueceram-se do lugar de seu repouso”. Jeremias 50.6

Postado por Daniel D.

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