O Senhor Jesus disse: “A boca fala do que está cheio o coração” (Lc 6:43). A fala é uma faculdade distinta do ser humano (os animais não falam). É a expressão do nosso espírito.
Com ela expressamos nossas reações, sentimentos idéias, desejos, pensamentos e etc., ainda mais, o modo, o tom, com o que falamos normalmente refletem o nosso estado de ânimo, o estado do nosso interior (ouso dizer normalmente porque algumas vezes logramos falar fingidamente). Já que a fala é a nossa expressão mais importante, a maioria dos pecados cometemos com a boca. E muitos outros são acompanhados por uma expressão verbal.
UM SINTOMA DE DECADÊNCIA
A decadência moral e espiritual da presente geração se faz evidente pela forma corrente do vocabulário. O vocabulário utilizado hoje em dia, tanto por homens, quanto por mulheres, sejam adultos , crianças ou velhos, é um sintoma inconfundível da deterioração dos bons costumes e da pureza de espírito. Ao mesmo tempo é um testemunho eloqüente daquilo que impera no interior dos homens: a insolência, a irreverência, a agressividade, o pessimismo, a derrota, a leviandade, a ironia, a vacuidade (estar vazio) e etc..
O VOCABULÁRIO DO VELHO HOMEM QUE REJEITAMOS (Cl 3:8-9; Ef 4:29)
Consideremos alguns pecados mais comuns que cometemos com a boca, aos quais devemos chamar PECADO e dos quais devemos arrepender-mos, rejeitando-os definitivamente: (a) Blasfêmias, insultos, palavras más, grosserias (Cl 3:8). Seja contra Deus ou contra nosso próximo, ou simplesmente proferi-la, dirigi-la a alguém em particular. Paulo disse em 1ªCo 5:11 que o maldizente deve ser cortado da comunhão da Igreja. (b) Conversações, contos e piadas obscenas, palavras desonestas (Ef 5:3-4) “Nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos”. Ver Fp. 4:8. (c) Ofensas, expressões que ferem, palavras ásperas, gritarias (Tg 3:2-12). Ou ainda Mt 5:22 e Cl 3:8. (d) Escárnios, sarcasmos (ironia), brincadeiras vãs (Sl 1:1; Pv 3:34). A gozação é uma expressão generalizada no nosso meio . São poucos os que têm conhecimento de que deve ser rejeitada e retirada do meio do povo de Deus. A gozação é DANOSA, não flui do Espírito Santo, é obra da carne, pois não brota do amor para com a pessoa que eu estou gozando. AO FAZÊ-LO, O ESPÍRITO SE APAGA EM NÓS, causamos dano à pessoa afetada e espalha a leviandade e tolice no ambiente. Alguém disse: “Ria-se de ti mesmo, ria-te com os outros, mas nunca ria de outros”. Ver Lc 19:14. As brincadeiras vãs e gozações, além de não produzir nenhum crescimento em nós, quebra o padrão de santidade, deixando-nos sensíveis (próximos) ao pecado. (e) Mexericos, intrigas, murmurações, difamações, calúnias. Intriga: é falatório, conto ou notícia, seja certa ou falsa, com que se procura trazer inimizades de uns com os outros (Lv 19:16) Murmuração: é insatisfação. Falta de gratidão. (Fp 2:14; 1ªPe 4:9) Difamação: é uma conversa que subtrai a honra ou o bom nome de uma outra pessoa. É desacreditar, deteriorar sua imagem. Calúnia: é acusação falsa e maliciosa feita com o propósito de causar dano (Sl 15:3). Estes quatro termos, ainda que sejam similares, não são idênticos; Todos procedem do mesmo espírito, que é fazer dano ao próximo, seja que estejamos conscientes disto ou não. É pecado que atenta contra a vida do outro. Somos responsáveis diante de Deus não somente de não cometê-lo, mas também de não ESCUTÁ-LO. Sl 15:3: “Nem admite injúria contra o seu vizinho” (na origem). (f) Queixas, resmungos, protestos, lamentações. A queixa é uma das notas mais dominantes do vocabulário do homem. Qualquer razão, válida ou não, é ocasião para queixar-nos. A queixa reflete derrota interior ante as situações que se nos apresentem na vida. Longe de solucionar nossos problemas, torna-nos maiores ainda afundando-nos em mau-humor, a depressão e o desânimo; Apaga o espírito em nós, e nos faz perder o gozo e a fé. Deus nos firma em Rm 8:28 que “Todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Portanto devemos sempre dar graças…(Ef 5:20) (g) Tolices, estupidez, leviandade (Pv 15:14; Ef 5:4; Mt 12:36)
III. APRENDENDO A FALAR DE UMA MANEIRA NOVA
Se da abundância do coração fala a boca, ter um novo coração, significa também, ter um novo vocabulário. “O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem” (Lc 6:45). Ao convertermo-nos a Cristo, não somente muda o conteúdo, o tom e o espírito de nossas conversações, sua intenção, seu tom e etc. Há quatro princípios que devem reger nossas conversações: a) Tudo que dizemos deve ser para edificação (Ef 4:29). O conteúdo, o tom e o espírito com o que falamos deve edificar quem nos houve, qualquer que seja o tema sobre o qual estamos falando. b) Toda conversação deve ser feita em nome do Senhor Jesus (Cl 3:17). Nome significa a revelação do seu ser, de sua pessoa, de sua natureza. Tudo o que dizemos deve revelar a natureza e o caráter de Jesus. De fato, toda a palavra que pronunciamos, ou é na carne, ou no espírito. Se é na carne, revela o meu caráter e pessoa, se é no espírito, revela o caráter e pessoa de Jesus. Toda vez que abro a boca para falar, Cristo deve ser revelado; Seu amor, sua paz, sua pureza, sua paciência, sua justiça, seu propósito e etc. c) Tudo o que dizemos deve ser com graça (Cl 4:6). Um pouco de sal faz apetitosa e aceitável uma comida. Uma palavra dita com graça é melhor recebida pelos demais. A chave para ter graça é a humildade. d) A nota dominante da nossa conversação deve ser sempre a fé. Ante todas as circunstâncias, ainda nas mais dolorosas, essa nota de fé sempre deve estar presente. Não uma expressão religiosa e superficial, não aparência e sim essência. Uma convicção profunda em nosso espírito. O tom de nossas palavras revela se estamos por cima ou por baixo das circunstâncias. revela se há derrota ou vitória em nosso interior. Ver 1ªTs 5:18.
NOSSA BOCA COMO INSTRUMENTO DE DEUS. Rm 6:13
(a) Ensinando, exortando, animando (Cl 3:16) (b) Orando sem cessar (1ª Ts 5:17) (c) Cantando louvores (Ef 5:19; Cl 3:16) (d) Dando sempre graças por tudo (Ef 5:20) (e) Pregando em todo tempo, comunicando o evangelho (2ª Tm 4:2; Cl 4:5) (f) Proclamando a verdade (Ef 6:17) (g) Falando em novas línguas (1ª Co 14:18)
“AS PALAVRAS DO MEU LÁBIO, E O MEDITAR DO MEU CORAÇÃO, SEJAM AGRADÁVEIS NA TUA PRESENÇA, SENHOR, ROCHA MINHA E REDENTOR MEU” Sl 19:14