O que é o Espírito Santo?
Doutrina da Trindade, falsa ou verdadeira? (Parte IV)
1. O ESPÍRITO SANTO NÃO É UMA PESSOA
O Espírito Santo não é uma pessoa distinta do Pai e do Filho. O Espírito Santo é impessoal, não é parte de uma trindade. É sim, a energia divina através da qual, Deus realiza Suas obras.
1.1 – O Espírito é o Poder de Deus
O Espírito não é uma pessoa distinta do Pai e do Filho porque é o poder de Deus. O Espírito Santo é o poder impessoal de Deus. Cada obra que Deus executa, é através de Seu poder, ou Espírito.
Em primeiro lugar precisamos encontrar o verdadeiro significado da palavra “Espírito”. Os próprios defensores da doutrina da trindade nos esclarecem o assunto, como é o caso de um renomado teólogo, o qual publicou uma matéria especialmente destinada para professores da escola bíblica, referente 2o. trimestre de 1999, p. 41, da qual extraímos o seguinte:
“No Antigo Testamento, a palavra hebraica ‘ruach’ aparece 377 vezes e é traduzida como ‘vento’, ‘fôlego’ ou ‘espírito’, ‘princípio vital’, ‘coragem’, ‘vitalidade’ ou ‘força’, ‘disposição’ e ‘caráter moral’. …Essa palavra também é traduzida como ‘Espírito de Deus’. No Novo Testamento, a palavra grega ‘pneuma’ é igualmente traduzida como ‘espírito’ ou ‘respiração’. Também significa ‘atitude’ ou ‘estado de espírito’. Da mesma forma que ‘ruach’, algumas vezes é traduzida como ‘Espírito do Senhor.”…Nem no Antigo nem no Novo Testamento ‘ruach’ ou ‘pneuma’ se referem a alguma entidade inteligente capaz de existir independentemente do corpo.”
1.2 – A Definição de “Espírito” no Velho Testamento
A palavra hebraica “ruach”, encontrada no Velho Testamento é traduzida como “espírito” e originalmente significa fôlego, vento, sopro e respiração. Aplica-se tanto ao espírito dos animais quanto ao espírito dos homens, espíritos malignos e Espírito de Deus. Eis alguns exemplos:
a) Ruach = Espírito de homem
“Na verdade há um espírito (ruach) no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz entendido.” Jó 32:8.
“…fala o Senhor, o que estendeu o céu, e que lançou os alicerces da terra, e que formou o espírito (ruach) do homem dentro dele.” Zacarias 12:1.
b) Ruach = sopro, respiração
“Enquanto em mim estiver a minha vida, e o sopro (ruach) de Deus nos meus narizes.” Jó 27:3.
“…se lhes cortas a respiração (ruach), eles morrem, e voltam ao seu pó.” Salmos 104:29.
“Os céus por sua palavra se fizeram, e pelo sopro (ruach) de sua boca o exército deles.” Salmos 33:6.
“A sua respiração (ruach) é como a torrente que transborda e chega até ao pescoço.” Isaías 30:28.
c) Ruach = Espírito dos animais
Quando aplicada aos animais, a palavra “ruach” sempre é traduzida como “fôlego de vida” ou “espírito de vida”:
“Porque estou para derramar águas em dilúvio sobre a terra para consumir toda carne em que há fôlego (ruach) de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra perecerá.” Gênesis 6:17.
“Entraram para junto de Noé na arca, dois a dois de toda a carne em que havia espírito (ruach) de vida.” Gênesis 7:15.
“Pois o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; uma e a mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro; todos têm o mesmo fôlego (ruach); e o homem não tem vantagem sobre os animais; porque tudo é vaidade.” Eclesiastes 3:19.
d) Ruach = Vento
“…Deus fez soprar um vento (ruach) sobre a terra e baixaram as águas.” Gênesis 8:1.
“No princípio, Deus criou o céu e a terra. Ora a terra estava vazia e vaga, as trevas cobriam o abismo, e um vento (ruach) de Deus pairava sobre as águas.” Gênesis 1:1.
e) Ruach = Mente
“Deu Davi a Salomão, seu filho, a planta do pórtico com as suas casas, …também a planta de tudo quanto tinha em mente (ruach), com referência aos átrios da casa do Senhor.” I Crônicas 28:11 e 12.
Fazendo uma comparação de alguns versos bíblicos, descobrimos que o Espírito de Deus é a própria “mente” de Deus:
Isaías 40:13 – “Quem guiou o Espírito do Senhor? Ou, como seu conselheiro o ensinou?”
Observem que a palavra “Espírito” (ruach) de Isaías 40:13, foi traduzida pelo apóstolo Paulo como “mente”:
Romanos 11:34 – “Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?”
I Coríntios 2:16 – “Pois, quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir?”
Entendemos desta forma que o “espírito de Jesus” é a mente de Cristo. Todas as instruções saem da mente de Deus (Pai) e são transmitidas para a mente de Cristo. Este por sua vez transmite para as nossas mentes as instruções de Deus. Esse entendimento é confirmado pelo apóstolo Paulo:
“…Deus enviou aos nossos corações o Espírito de Seu Filho.” Gálatas 4:6.
1.3 – Definição de “Espírito” no Novo Testamento
A palavra grega “pneuma” é traduzida no Novo Testamento como “espírito” e tem o mesmo significado de “ruach” no hebraico, ou seja, é um sinônimo de espírito, fôlego, vento, sopro, ar. Algumas palavras como pneu, pneumático, pneumonia, etc, todas relacionadas à respiração ou ao ar, derivam da palavra “pneuma”.
A seguir apresentaremos algumas passagens bíblicas em que a palavra “pneuma” foi usada. Quando os apóstolos escreveram a palavra “pneuma”, estavam eles se referindo a uma outra pessoa da divindade? Ou estavam se referindo ao fôlego ou sopro de Deus?
(Ressurreição da filha de Jairo) – “Voltou-lhe o espírito (pneuma), e ela imediatamente se levantou, e ele mandou que lhe dessem de comer.” Lucas 8:55.
“Porque assim como o corpo sem espírito (pneuma) é morto, assim também a fé sem obras é morta.” Tiago 2:26.
Obs.: O verso de Tiago reafirma nossa crença sobre a impossibilidade de um espírito (pneuma) subsistir sem corpo. Segundo a Bíblia, para que uma pessoa tenha vida é necessário o espírito (pneuma) e o corpo.
O “pneuma” do homem é parte integrante do seu ser. Da mesma forma o “pneuma” de Deus é parte integrante de Deus, não uma outra pessoa.
Há um texto bíblico que deixa os defensores da doutrina da trindade bastante incomodados e muito mais incomodados ficam aqueles que combatem a religião Espírita, que prega que é possível o espírito (pneuma) existir independentemente ou separadamente do corpo do seu possuidor:
“Porque qual dos homens sabe as coisas do homem senão o seu próprio espírito (pneuma) que nele está? Assim também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito (pneuma) de Deus.” I Coríntios 2:11.
Se o Espírito (pneuma) de Deus é uma pessoa ou entidade consciente que vive separadamente do corpo do possuidor, então o “pneuma” do homem também o é. Este é um conceito espírita. Ao escrever “assim também”, o apóstolo Paulo faz uma comparação e liga os dois pneumas. O apóstolo Paulo usou a mesma linguagem quando escreveu aos Romanos:
“Pois todos os que são guiados pelo Espírito (pneuma) de Deus são filhos de Deus. …O próprio Espírito (pneuma) testifica com o nosso espírito (pneuma) que somos filhos de Deus.” Romanos 8:14 e 16.
Esclarecemos que a palavra “pneuma” extraída do original grego não diferencia o espírito do homem do Espírito de Deus através de letras minúsculas e maiúsculas.
Se o Espírito (pneuma) de Deus é uma pessoa, então o Espírito (pneuma) de Cristo é outra pessoa. Como os trinitarianos explicam isto?
“Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito (pneuma), se é que o Espírito (pneuma) de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito (pneuma) de Cristo, esse tal não é dele.” Romanos 8:9.
O fato é que o Pai e o Filho são duas pessoas distintas, mas compartilham do mesmo espírito ou em outras palavras do mesmo poder. Por isso Jesus disse o seguinte:
“Eu e o Pai somos um.” João 10:30.
Da mesma forma podemos ser um com Deus e com Cristo se recebermos em nós o Espírito (pneuma) de Deus. Isso Jesus deixou claro em sua oração relatada em João 17:21:
“A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” João 17:21.
O plano de Deus é que sejamos um com Ele e com o Pai. Não fisicamente falando, mas que sejamos uma unidade espiritual, ou seja, que tenhamos o mesmo Espírito (pneuma) de Deus e de Cristo, mesmo sendo pessoas diferentes:
“Mas aquele que se une ao Senhor é um só espírito com Ele.” I Coríntios 6:17.
1.4 – A palavra “Espírito” é neutra
O Espírito não é uma personalidade porque a palavra grega “pneuma”, traduzido Espírito, é neutra, em gênero. Artigos e pronomes referentes à essa palavra também são neutros.
1.5 – Símbolos impessoais
O poder impessoal de Deus, o Espírito Santo, é designado na Bíblia por símbolos impessoais. Eis alguns:
a) Vento
“O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” João 3:8.
“E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.” Atos 2:2.
b) Fogo
“E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar, Ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo.” Mateus 3:11.
c) Água
“E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a Mim, e beba. Quem crê em Mim, como diz a Escritura, rios d’água viva correrão do seu ventre. E isto disse Ele do Espírito que haviam de receber os que nele crescem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” João 7:37-39.
d) Óleo
“Tu amas a justiça e aborreces a impiedade; por isso Deus, o teu Deus te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros.” Salmos 45:7.
“O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos.” Isaías 61:1.
e) Selo
“Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa.” Efésios 1:13.
f) Pomba
“E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre Ele.” Mateus 3:16.
g) Lâmpadas
“E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete Espíritos de Deus.” Apocalipse 4:5.
h) Fôlego
“Tudo o que tinha fôlego de espírito de vida em seus narizes, tudo o que havia no seco, morreu.” Gênesis 7:22.
1.6 – Características Impessoais
As características impessoais do Espírito revelam-no como o poder de Deus e não como uma personalidade.
1.6.1 – O Espírito pode ser derramado
“Até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto; então o deserto se tornará em campo fértil, e o campo fértil será reputado por um bosque.” Isaías 32:15.
“Porque derramarei água sobre o sedento, e rios sobre a terra seca; derramarei o Meu Espírito sobre a tua posteridade, e a Minha bênção sobre os teus descendentes.” Isaías 44:3.
“E há de ser que depois, derramarei o Meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões.” Joel 2:28.
“E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do Meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos.” Atos 2:17.
“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a Sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente Ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador.” Tito 3:5-6.
“De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis.” Atos 2:33-34.
1.6.2 – O Espírito pode ser assoprado
“E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.” João 20:22.
1.6.3 – O Espírito pode encher pessoas
“E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. …E todos foram cheios do Espírito Santo, …” Atos 2:2-4.
“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito.” Efésios 5:18.
1.6.4 – Jesus foi ungido com este poder
“Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o que andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele.” Atos 10:38.
1.6.5 – Homens foram batizados nele
“…mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; Ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo.” Atos 3:11.
“Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo; não muito depois destes dias.” Atos 1:5
“Pois todos nós fomos batizados em um Espírito formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, ….” I Coríntios 12:13.
1.6.6 – As pessoas beberam dele
“…e todos temos bebido de um Espírito.” I Coríntios 12:13.
1.6.7 – O Espírito é comparado ao vento que sopra
“O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” João 3:8.
O Espírito Santo é, portanto, impessoal. Perguntamos: Pode uma pessoa ser derramada, espargida, assoprada? O Espírito não é uma pessoa.
1.7 – O Espírito Santo não tem um nome pessoal
O Espírito demonstra-se impessoal pelo fato de ele não possuir um nome pessoal. Deus é uma Pessoa: Seu nome é: YAHWEH; nosso Salvador é uma Pessoa: Seu nome é: YESHUA . Qual é o nome do Espírito? O Espírito não é uma pessoa, por isso não tem um nome pessoal. O Espírito não é uma personalidade.
1.8 – Nenhuma prece dirigida ao Espírito Santo
O Espírito Santo não é uma pessoa, porque em toda a Bíblia não há sequer uma oração ou canção de louvor, ou exclamação endereçada a ele. Nem há um preceito sequer que autorize dentro da Bíblia tal oração ou hino de louvor. Em nenhum lugar nas Escrituras Sagradas somos nós ensinados a amar, honrar ou louvar o Espírito Santo ou a orar por sua assistência. Por que a Bíblia não nos orienta nesse sentido, se o Espírito Santo é uma pessoa como o Pai e o Filho?
O Espírito Santo não é mencionado nos hinos de adoração no Apocalipse. Os únicos mencionados são: Deus (o Pai de nosso Senhor Jesus) e Jesus Cristo (Cordeiro).
“…Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.” Apocalipse 5:13.
“E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro.” Apocalipse 7:10.
Se o Espírito Santo é a terceira pessoa da trindade, por que a Bíblia o omite e não o inclui com o Pai e o Filho?
1.9 – O Espírito Santo não é incluído nas saudações apostólicas
O poder de Deus, o Espírito, geralmente não é mencionado juntamente com Deus e Jesus nos cumprimentos e saudações apostólicas nas Epístolas Neo-Testamentárias. O Espírito não é mencionado em nenhuma das saudações das Epístolas de Paulo:
“A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” Romanos 1:7.
“Graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” I Coríntios 1:3.
“Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo.” II Coríntios 1:2.
“Graça e paz da parte de Deus Pai e da de nosso Senhor Jesus Cristo.” Gálatas 1:3.
“A vós graça, e paz da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo.” Efésios 1:2.
“Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo.” Filipenses 1:2.
“Aos santos e irmãos fiéis em Cristo, que estão em Colossos. Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo.” Colossenses 1:2.
“Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo; Graça e paz tenhais de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” I Tessalonicenses 1:1.
“Graça e paz a vós da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.” II Tessalonicenses 1:2.
“A Timóteo meu verdadeiro filho na fé; graça, misericórdia e paz da parte de Deus nosso Pai e da de Cristo Jesus, nosso Senhor.” I Timóteo 1:2.
“A Timóteo, meu amado filho; graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai, e da de Cristo Jesus, Senhor nosso.” II Timóteo 1:2.
“A Tito, meu verdadeiro filho, segunda a fé comum, graça, misericórdia, e paz da parte de Deus Pai, e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.” Tito 1:4.
“Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.” Filemon 3.
Deus e Jesus são mencionados juntos repetidamente. Se Paulo sabia da existência de uma terceira pessoa de quem a graça deveria ser recebida, porque não solicitou ele por isso, a seu favor, em conexão com o Pai e Seu Filho?
Notem também as palavras de abertura das epístolas escritas pelos outros escritores:
“Tiago, servo de Deus, do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam dispersas, saúde.” Tiago 1:1.
“Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor.” II Pedro 1:2.
“O que vimos e ouvimos isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com Seu Filho Jesus Cristo.” I João 1:3.
“Graça, misericórdia, paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e caridade.” II João 3.
“Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, queridos em Deus Pai, e conservados por Jesus Cristo.” Judas 1.
Todos estes mencionam Deus e Jesus, mas não o Espírito Santo. O Espírito é mencionado em I Pedro 1:2 não como uma pessoa. O apóstolo simplesmente afirma que o poder manifesto de Deus, o Espírito, é o agente que santifica os eleitos:
“Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo; graça e paz vos seja multiplicada.” I Pedro 1:2.
Uma outra passagem na qual o Espírito é mencionado é II Coríntios 13:13:
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.” II Coríntios 13:13.
Os trinitarianos afirmam que o Pai é sempre o primeiro, o Filho sempre o segundo, e o Espírito sempre o terceiro. Os apóstolos, entretanto, parecem jamais ter ouvido sobre a regra trinitária. É interessante notar que neste verso Jesus é mencionado primeiro, Deus é mencionado em segundo, e o Espírito em último. Neste texto Jesus e Deus são representados como Pessoas. O Espírito é revelado como o poder de Deus. Paulo não ensinou a trindade nesta bela bênção. Ele desejava que estes experimentassem os benefícios da graça de Cristo. Ele também desejava que os crentes de Corinto entrassem nas bênçãos resultantes do amor de Deus, assim como, desfrutar da comunhão espiritual com Deus, Seu Filho e irmãos, o que é possível somente através da operação do poder de Deus, o Espírito Santo.
IMPORTANTE: Notem que Paulo mencionou a comunhão do Espírito Santo, não a comunhão com o Espírito Santo. Os crentes têm comunhão com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo, porque o Pai e o Filho são Pessoas, ao passo que os crentes não podem ter comunhão com o Espírito, pois este não é uma pessoa. Na verdade, os cristãos experimentam comunhão do Espírito, mas não com o Espírito.
Assim, esta bênção de Paulo na realidade não ensina de modo algum a existência de uma trindade. Nem tampouco I Pedro 3:18, outro texto encontrado na Bíblia e freqüentemente usado pelos trinitarianos.
1.10 – O Espírito Santo não é mencionado como estando entronado ou reinando
A Bíblia representa a Deus o Pai, sentado sobre Seu Trono e Jesus assentado à Sua mão direita. O Pai e o Filho são ligados no julgamento e na redenção. O reino vindouro é o reino de Deus e de Seu Cristo. Na nova Terra são mencionados apenas os tronos de Deus e do Cordeiro. Não há menção alguma do Espírito como sendo uma pessoa ou como um ser assentado num trono.
“Ao que vencer, Eu lhe concederei que se assente comigo no Meu trono; assim como Eu venci, e Me assentei com Meu Pai no Seu trono.” Apocalipse 3:21.
“…buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está, assentado à mão direita de Deus.” Colossenses 3:1.
“Ora, do que estamos dizendo, o ponto principal é este: Temos um Sumo Sacerdote tal, que se assentou nos céus à direita do trono da Majestade.” Hebreus 8:1.
“Fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, …e está assentado à direita do trono de Deus.” Hebreus 12:2.
“…Cristo Jesus é quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” Romanos 8:34.
“E clamavam com grande voz: Salvação ao nosso Deus, que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro.” Apocalipse 7:10.
“E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do Seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” Apocalipse 11:15.
“E olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o Monte Sião, e com Ele cento e quarenta e quatro mil, que traziam na fronte escrito o nome dEle e o nome de Seu Pai.” Apocalipse 14:1.
“E mostrou-me o rio da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro.” Apocalipse 22:1.
“Alí não haverá jamais maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos O servirão.” Apocalipse 22:3.
1.11 – O Espírito Santo não é relacionado com o Pai como sendo uma pessoa
A relação entre o Espírito Santo e o Pai não é como de uma pessoa para outra. A relação entre o Espírito e o Pai é como de um poder para com uma pessoa. O Espírito é o poder de Deus. Se considerarmos o Espírito de Deus como sendo uma pessoa, também deveremos considerar outros atributos de Deus como sabedoria e amor como pessoas, igualmente.
Outro ponto a considerar é que o Pai diz: “Tu” ao Filho e o Filho diz “Tu” ao Pai, mas, nenhum deles diz “Tu” ao Espírito Santo. O Pai ama o Filho, e o Filho ama ao Pai, mas nenhum dEles é mencionado “amando o Espírito Santo”.
Na Bíblia o Pai nunca é chamado de “a primeira pessoa” e o Filho nunca é chamado de “segunda pessoa”. A Bíblia denomina o Pai, como Deus Todo-Poderoso, Altíssimo e Único Deus. Jesus é chamado de Filho de Deus, Salvador, Mediador, Advogado, Cordeiro, etc.
2 – ARGUMENTOS TRINITARIANOS CONSIDERADOS
2.1 – Mateus 28:19
Argumento trinitariano: Os trinitarianos ensinam que todo o crente que é batizado, nasce sob o poder da trindade.
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” Mateus 28:19.
O que diz a Bíblia?
Mesmo que este texto, da forma como se apresenta nas Bíblias de nossos dias, não prove que haja mais de um Deus (o Pai), é utilizado por muitas pessoas como evidência de que devamos batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
a) – Os discípulos não batizaram em nome da trindade
Segundo os trinitarianos, o texto nos sugere que Jesus ordenou aos discípulos que batizassem em nome de três pessoas. Todavia, ao lermos a Palavra de Deus, ocorreu algo intrigante com relação ao cumprimento da ordem de Jesus por parte dos discípulos:
“Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” Atos 2:38.
Pedro pregou o arrependimento e conclamou aos judeus para que fossem batizados, não em nome de três pessoas, como supostamente ensinava o texto de Mateus 28:19, mas “em nome de Jesus”. De onde tirou Pedro essa ordem para pregar o arrependimento e batismo em nome de Jesus? Naturalmente ele cumpriu uma ordem do próprio Senhor Jesus:
“Então (Jesus) lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em Seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.” Lucas 24:44-47.
Pedro pregou o arrependimento em nome de Jesus, baseado no texto de Lucas, acima mencionado. E apelou para os crentes para que se batizassem em nome de Jesus, o que não está em harmonia com a ordem que aparece nas versões atuais de Mateus 28:19.
Abençoou Deus tal apelo de Pedro? A Escritura relata que sim:
“ …Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas. … Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos….E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos.” Atos 2: 41, 43.
O batismo registrado em Atos 2:38 não foi o único feito “em nome de Jesus” relatado na Bíblia. Há outros textos os quais transcrevemos abaixo:
“…mas, somente tinham sido batizados em nome do Senhor Jesus.” Atos 8:16.
“Mandou, pois, que fossem batizados em nome de Jesus Cristo.” Atos 10:48.
“Quando ouviram isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus.” Atos 19:5.
“Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na Sua morte? Romanos 6:3.
“Porque todos quantos fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo.” Atos 22:16.
“E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus Pai.” Colossenses 3:17.
Sabemos pela Bíblia, que Deus nunca abençoa os esforços do homem quando ele está em desobediência aberta. Como pode ser então que, ordenando Jesus que se batizasse em nome de três pessoas em Mateus 28:19, Pedro pregasse o batismo somente em nome de Jesus, e mesmo assim Deus abençoasse sua obra? A resposta é: Deus não o faria, a menos que Pedro estivesse cumprindo exatamente a ordem que Cristo lhe deu. Sendo isso verdade, o original de Mateus 28:19 nunca poderia ser o que conhecemos nas Bíblias atuais.
b) – Registros históricos sobre a deturpação do texto
O texto atual deve ser resultante de uma deturpação do texto original feita em alguma época do passado, a fim de adaptá-lo ao credo dos concílios de Nicéia e Constantinopla. Para tirar qualquer dúvida a respeito do assunto, vamos procurar subsídios na história:
“A fórmula batismal foi mudada do nome de Jesus Cristo para as palavras Pai, Filho e Espírito Santo pela Igreja Católica no segundo século.” Enciclopédia Britânica, 11a. Edição, volume 3, pp. 365 e 366.
“Sempre nas fontes antigas menciona que o batismo era em nome de Jesus Cristo.” Enciclopédia Britânica, 11a. Edição, volume 3, p. 82.
“A religião primitiva sempre batizava em nome do Senhor Jesus até o desenvolvimento da doutrina da trindade no segundo século.” Enciclopédia da Religião – Canney, p. 53.
“O batismo cristão era administrado usando o nome de Jesus. O uso da fórmula trinitariana de nenhuma forma foi sugerida pela história da igreja primitiva; o batismo foi sempre em nome do Senhor Jesus até o tempo do mártir Justino quando a fórmula da trindade foi usada.” Enciclopédia da Religião – Hastings, vol. 2, pp. 377-389 (em inglês).
“É possível que, em sua forma precisa, essa fórmula (Pai, Filho e Espírito Santo) reflita influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade primitiva.” Comentário no rodapé da Bíblia de Jerusalém.
A história nos prova que a igreja primitiva batizava em nome do Senhor Jesus, até o aparecimento da doutrina da trindade. E a história também nos diz que a fórmula batismal foi alterada pela Igreja Romana. Temos outras provas sobre a deturpação do texto original de Mateus 28:19:
“De acordo com o editor do Christadelphian Monastshefte, Eusébio, entre seus muitos outros escritos, compilou uma coleção de textos corrompidos das Santas Escrituras, e ‘a mais séria de todas as falsificações denunciadas por ele é sem dúvida a tradicional passagem de Mateus 28:19.’…
De acordo com Conybeare:
‘Eusébio cita este texto (Mat. 28:19) vez traz vez em obras escritas entre os anos 300 e 336, nominadamente em seus longos comentários sobre Salmos, Isaías, sua Demonstratio Evangélica, sua Theophany… em sua famosa história da Igreja… Eu tenho, após uma pesquisa moderada nestas obras de Eusébio, encontrado dezoito citações de Mateus 28:19, e sempre da seguinte forma: ‘Ide e fazei discípulos de todas as nações em Meu nome, ensinando-os a observar todas as coisas, tudo o que Eu vos ordenei’.
… E Eusébio não se contentou meramente em citar o verso nesta forma, mas ele mais de uma vez comenta sobre ele em uma forma tal que parece querer mostrar quanto ele fixou-se pelas palavras ‘em Meu nome’. Assim, em sua Demonstratio Evangélica, ele escreve como segue (col. 240, p. 136):
‘Mas ele não os ordenou ‘fazer discípulos de todas as nações’ simplesmente e sem qualificação, mas com a adição essencial ‘em Meu nome’. Pois tão grande era a virtude vinculada a este apelo que o Apóstolo diz, ‘Deus lhe deu um nome acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho no céu, e na terra, e sob a terra’. Estava certo, portanto, que ele deveria enfatizar a virtude do poder residente em seu nome, mas escondido de muitos, e por isso diz aos seus Apóstolos, ‘Ide, e fazei discípulos de todas as nações em Meu nome’.” (grifos nossos) (Fonte: A Closer Look at Matthew 28:19, A Study In Textual Criticism, Edited By Mark Kennicott, 2000, págs. 13, 14)
O texto acima mostra que Eusébio, em seus escritos, citava textos da versão do evangelho de Mateus que tinha à sua disposição, e os transcrevia como: “batizando-os em Meu nome”, isto é, em nome de Jesus. Segundo a fonte acima, Eusébio de Cesaréia denunciou a adulteração do texto de Mateus 28:19. Segundo ele, o texto original não mandava batizar no nome de três pessoas. Quem foi Eusébio de Cesaréia? Podemos dar crédito às suas afirmações sobre Mateus 28:19? Vejamos o que diz uma publicação de 1902 sobre ele:
“F. C. Conybeare, no Hibbert Journal, Outubro, 1902
‘Dos autores dos testemunhais escritos do texto do Novo Testamento segundo se encontravam nos Manuscritos Gregos de 300-340 D.C., nenhum é tão importante quanto Eusébio de Cesaréia, pois ele viveu na maior Biblioteca Cristã daquela época, aquela que Origen e Pamphilius, nominadamente, coletaram. Não é exagero dizer que a partir desta simples coleção de manuscritos em Cesaréia deriva a maior parte da literatura ante-Nicênica remanescente. Nesta Biblioteca, Eusébio deve ter manuseado habitualmente códigos dos evangelhos duzentos anos mais antigos que o mais antigo dos grandes manuscritos que temos agora em nossas bibliotecas’.”. (grifos nossos) (Fonte: A Closer Look at Matthew 28:19, A Study In Textual Criticism, Edited By Mark Kennicott, 2000, pág. 13).
“No seu ‘Textual Criticism of the New Testament’ Conybeare escreve:
‘É claro, portanto, que dos manuscritos os quais Eusébio herdou do seu predecessor, Pamphilius, em Cesárea, na Palestina, alguns ao final preservaram a passagem original, nos quais não havia nenhuma menção do batismo em nome do Pai, Filho e Espírito Santo. Foi conjecturado por Dr. Davidson, Dr. Martineau, pelo Decano de Westminster, e pelo Prof. Harnack (para mencionar alguns nomes dentre muitos) que o texto recebido aqui não poderia conter as próprias palavras de Jesus; isso muito antes de ninguém, exceto Dr. Burgon, que manteve a descoberta para si, ter notificado a forma do texto apresentada por Eusébio’.” (grifos nossos) (Fonte: A Closer Look at Matthew 28:19, A Study In Textual Criticism, Edited By Mark Kennicott, 2000, pág. 15).
Segundo a fonte acima, Eusébio é o que estava em melhores condições de acessar os originais dos manuscritos do novo testamento, pois tinha a disposição manuscritos dos evangelhos datados quase da época dos próprios apóstolos, uma época na qual a igreja ainda preservava sua pureza. E ele citava freqüentemente que a ordem contida em Mateus 28:19 era: “batizando-os em Meu nome”. Achamos conveniente também colocar mais algumas referências sobre ele, a fim de mostrar quanta credibilidade pode-se atribuir à sua obra:
“Mosheim, em uma nota editorial de rodapé
‘Eusebius Pamphili, Bispo de Cesaréia na Palestina, um homem de vasto conhecimento e erudição, e que adquiriu fama imortal por seus trabalhos em história eclesiástica, e em outros ramos do conhecimento teológico. … até cerca de 40 anos de idade ele viveu em grande intimidade com o mártir Pamphilius, um homem instruído e devoto de Cesaréia, e fundador de uma extensa biblioteca ali, da qual Eusébio derivou seu vasto conhecimento’.
Dr. Wescott, em ‘General Survey’, pag. 108
‘Eusebio, a cujo zelo nós devemos a maior parte da história conhecida do Novo Testamento’.
Peake Bible Commentary, pág. 596
‘O mais importante escritor no primeiro quarto do quarto século foi Eusébio de Cesaréira… Eusébio era um homem de pouca originalidade ou juízo independente. Mas ele era grandemente versado na literatura Grega Cristã do segundo e terceiro séculos, parte da qual está irreparavelmente perdida, e as gerações subseqüentes têm um grande débito para com sua honesta, e algumas vezes não pouco prejudicada, erudição’…
Mosheim, novamente, em uma nota editorial
‘Eusébio era um historiador imparcial, e teve acesso aos melhores auxílios para compor uma correta história, segundo sua época permitia’.” (Fonte: A Closer Look at Matthew 28:19, A Study In Textual Criticism, Edited By Mark Kennicott, 2000, págs. 12 e 13).
O trabalho de Eusébio nos mostra que, segundo os textos originais, a ordem de Jesus foi para que batizassem em Seu nome. Escritos deste mesmo autor, posteriores ao concílio de Nicéia, no qual foi tratada a crença em uma trindade, apresentam o texto segundo as versões modernas atuais (batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo). Assim, fica evidente a influência dos concílios de Nicéia e Constantinopla na mudança intencional de Mateus 28:19, do texto original, para o que temos nas Bíblias de hoje. Não há um relato sequer na Bíblia de um batismo realizado em nome do Pai, Filho e Espírito Santo, conforme apresentado nas traduções modernas de Mateus 28:19. Todos são feitos em nome de Jesus Cristo. Vemos, portanto, que o texto de Mateus 28:19, da forma como lemos nas Bíblias modernas, não se harmoniza com o todo das Escrituras.
c) – Único texto nas Escrituras Sagradas onde aparece a expressão: Pai, Filho e Espírito Santo.
Não podemos firmar um conceito doutrinário baseando-nos apenas em um único versículo bíblico. É também um princípio teológico. Temos na Bíblia apenas uma passagem bíblica onde estão reunidos: Pai, Filho e Espírito Santo (Mateus 28:19).
Causa-nos profunda estranheza o fato de a maioria dos doutores em teologia, defensores da doutrina da trindade, colocar toda ênfase a um verso solitário, ignorando completamente um conceito reafirmado em dezenas de versos escritos por vários autores e mesmo confirmado pela história.
Analisando com bastante profundidade o significado do versículo anterior, ou seja, Mateus 28:18, não poderia mais haver dúvidas sobre a deturpação feita no texto em questão:
“E, chegando-se Jesus, falou-lhes dizendo: É-Me dado todo o poder no céu e na terra.” Mateus 28:18.
Sendo dado a Jesus todo o poder, porque deveria Ele transferir no versículo seguinte todo o poder à Santíssima Trindade? A palavra “poder” (grego: exousia) aqui significa “autoridade”. Após ter recebido autoridade divina de Deus, Jesus autorizou Seus discípulos a irem e ensinarem a todas as nações. Assim, quando os discípulos ensinaram e batizaram, eles assim o fizeram através da autoridade de que estavam investidos pelo Pai, que tinha dado toda autoridade para Seu Filho.
As instruções do Senhor Jesus aos Seus discípulos, após Sua ressurreição, foram claras:
“E disse-lhes (Jesus): Assim está escrito que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressurgisse dentre os mortos; e que em Seu nome se pregasse o arrependimento para remissão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém.” Lucas 24:46 e 47.
Em obediência a estas instruções de Jesus, as pessoas foram batizadas:
“Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.” Atos 2:38.
Diante do sucesso e número cada vez mais crescente de pessoas que creram nas palavras dos discípulos, as autoridades lançaram uma importante pergunta a Pedro e João:
“Muitos, porém, dos que ouviram a palavra, creram, e se elevou o número dos homens a quase cinco mil. No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém as autoridades, os anciãos, os escribas, e Anás, o sumo sacerdote, e Caifás, João, Alexandre, e todos quantos eram da linhagem do sumo sacerdote. E, pondo-se no meio deles, perguntaram: Com que poder ou em nome de quem fizestes vós isto? Atos 4:4-7.
Pedro evidentemente não respondeu que eles estavam fazendo tudo em nome do Pai, Filho e Espírito Santo. A resposta dele foi enfática e precisa:
“Seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, nesse nome está este aqui, são diante de vós. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta como pedra angular. E em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu, nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos.” Atos 4:10-12.
Pelo visto, nenhuma referência às supostas instruções de Jesus: “…fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Mateus 28:19.
d) – Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
Se todos os argumentos apresentados, com relação ao texto de Mateus 28:19, não foram convincentes, resta-nos fazer uma pequena análise e logo descobriremos que o referido versículo não é verdadeiro.
Neste texto a palavra “nome” no original está no singular; esta palavra não se refere a um nome pessoal. Observem o seguinte:
PAI – O termo “Pai” não é o nome pessoal de Deus, é apenas um título, pois Seu nome pessoal é YAHWEH.
FILHO – A palavra “Filho” não é o nome pessoal de nosso Salvador, é também um título, pois Seu nome pessoal é YESHUA.
ESPÍRITO SANTO – O “Espírito Santo” é o poder de Deus, não é uma pessoa, portanto, não tem um nome pessoal. Por ser impessoal, o Espírito (poder de Deus) não tem nome próprio. Será que algum mestre ou doutor em teologia encontrou alguma referência na Palavra de Deus sobre o nome pessoal do Espírito Santo? Como explicar o batismo “em nome” do Espírito Santo?
e) – Um falso argumento dos trinitarianos
Destacados teólogos de diversas igrejas cristãs, comprometidos com a falsa doutrina de Roma, tentam apresentar falsas conclusões sobre o assunto em pauta. Dizem os teólogos que o batismo em nome Jesus, apresentado no livro de Atos, se explica pelo seguinte motivo:
Quem estava sendo batizado eram os judeus e os judeus já criam no Pai a quem eles reconheciam como Deus. O que faltava aos judeus era a aceitação de Cristo e por esse motivo eles foram batizados em no nome do Filho apenas. A crença anterior dos judeus no Pai eliminava a necessidade do batismo em nome da trindade, já que apenas o Filho eles deveriam agora aceitar. Com a aceitação do Filho, automaticamente eram batizados pelo Espírito Santo, e assim a trindade estava realizada na vida dos judeus conversos.
O argumento desses teólogos não se sustenta pela Palavra de Deus. É mais uma tentativa para enganar os que não conhecem a Bíblia Sagrada. A verdade é que os batismos eram realizados tanto aos judeus como aos gentios e todos eram realizados em nome do Senhor Jesus. A conclusão é bastante óbvia quando lemos Atos 10:1-48. Eram gentios os que ali foram batizados em nome de Jesus.
2.2 – Atos 5:3-4
Argumento trinitariano: Os defensores da doutrina da trindade dizem que o Espírito Santo é uma pessoa, pois ele pode ser entristecido.
“Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno? Enquanto o possuías, não era teu? E vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.” Atos 5:3-4.
O que diz a Bíblia?
O Espírito Santo é o poder de Deus. A obra do Espírito é a obra de Deus e de Seu Filho. Quando alguém é cheio do Espírito, ele está cheio do poder de Deus e Cristo. O fruto do Espírito é o resultado da obra de Cristo na vida do crente através de Seu poder. Quando a Bíblia descreve o Espírito falando a nós (Apocalipse 2:7), está se referindo à obra de Deus falando através de Seu poder. Quando Ananias mentiu ao Espírito Santo, ele mentiu para Deus que operava através daquele santo poder. Basta ler um pouco adiante, para constatar o que estamos afirmando:
“Então Pedro lhe disse: Por que é que combinastes entre vós provar o Espírito do Senhor?…” Atos 5: 9.
Era o “Espírito do Senhor” que estava sendo provado naquele momento. Não era a pessoa do Espírito Santo. A fonte do poder do Espírito é Deus (Pai de nosso Senhor Jesus). É dEle que procede esse poder:
“Quando vier o Consolador, que Eu da parte do Pai vos enviarei, o Espírito da verdade, que procede do Pai, Ele testificará de Mim.” João 15:26.
O verbo grego equivalente a “proceder”, é EKPOREUOMAI. O significado original deste verbo é: sair ou partir de dentro. A mesma palavra é usada nos seguintes versículos:
“Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que PROCEDE da boca de Deus.” Mateus 4:4.
“O que SAI do homem, isso é o que o contamina.” Marcos 7:20.
“Então vi SAIR da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs.” Apocalipse 16:13.
O verbo “proceder” (do grego: ekporeuomai) indica que o Espírito da verdade sai de dentro (do interior) do Pai. Isso enfraquece a teoria de que o Espírito é uma pessoa, independentemente do Pai e do Filho. O Espírito de Deus está dentro de Deus e não fora dEle. De dentro de Deus o Espírito emana para os Seus filhos através de Cristo. O Espírito de Cristo, ou o Espírito do Senhor é também o Espírito do Pai, pois ambos compartilham o mesmo “pneuma” (espírito), isto é, o mesmo poder. As afirmações de Cristo são claras:
“Tudo quanto o Pai tem é Meu…” João 16:15.
“…para que possais saber e compreender que o Pai está em Mim e Eu nEle.” João 10:38.
“Não crês tu que Eu estou no Pai, e que o Pai está em Mim?” João 14:10.
O Pai e o Filho são duas Pessoas distintas. Não se deve entender que o Pai está fisicamente dentro do corpo do Filho e vice versa. Jesus está dizendo que ambos são um em espírito, ou seja, compartilham o mesmo “pneuma”. Assim, tudo o que o Pai tem, também pertence ao Filho. Tudo! Inclusive o seu próprio Espírito (pneuma). Os dois compartilham do mesmo Espírito.
A Bíblia é muito clara ao afirmar que o Espírito, enviado pelo Pai através de Cristo, não é a suposta terceira pessoa da trindade, o “deus espírito santo” como os defensores da doutrina da trindade ensinam. Vejamos algumas passagens que confirmam isto:
“Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriam, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada, investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam.” I Pedro 1:10-12.
“E percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu.” Atos 16:6-7.
2.3 – Efésios 4:30
Argumento trinitariano: Os trinitarianos ensinam que não se pode entristecer uma força ou poder.
“E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.” Efésios 4:30.
O que diz a Bíblia?
Quando o homem “entristece” o Santo Espírito de Deus, ele entristece ao próprio Deus. O Espírito Santo é uma dádiva que procede do Pai. Como Cristo é o único Mediador perante o Pai, é através do Espírito de Cristo que recebemos as bênçãos e somos convencidos do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8). É através de Seu Espírito que Cristo habita em nós:
“E, porque vós sois filhos, enviou Deus aos nossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: Aba, Pai!” Gálatas 4:6.
Foi o próprio Jesus que prometeu estar com os discípulos e com todos os crentes através das eras, sempre, até a consumação dos séculos:
“… e eis que Eu estou convoco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Mateus 28:20.
“Não vos deixarei órfãos; voltarei a vós.” João 14:18.
É o Senhor Jesus que está falando aos nossos corações através o Seu Espírito. É Ele que nos repreende e castiga:
“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta, e bato, se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” Apocalipse 3:19-20.
Assim, qualquer recusa ao apelo que o Senhor Jesus faz aos nossos corações, estamos entristecendo a Deus, pois o próprio Deus opera através o Espírito de Cristo.
2.4 – João 14:16-17
Argumento trinitariano: Os trinitarianos afirmam que o “outro” Consolador é a terceira pessoa da trindade.
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, a saber, o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós.” João 14:16 e 17.
O que diz a Bíblia?
O sentido original da palavra grega “PARÁKLETOS” está relacionado a alguém que está ao lado a fim de ajudar, defender e consolar. Além de “Consolador”, algumas versões usam “Confortador”, “Conselheiro” e “Advogado”.
Nesta passagem bíblica, Cristo responde: O Consolador é o Espírito da verdade. Perguntamos: A verdade tem espírito? É evidente que estamos lidando com elementos simbólicos, cuja interpretação deve ser dada pela própria Bíblia.
Primeiramente temos que descobrir a definição de “verdade” dentro do contexto do próprio capítulo 14. Lembramos o seguinte: Um texto fora de um contexto vira pretexto. O próprio contexto, isto é, no próprio capítulo 14, logo nos primeiros versos, a “verdade” é definida por Cristo:
“Eu sou o caminho, a VERDADE, e a vida.” João 14:6.
Portanto, se a verdade neste contexto representa Cristo, então o “Espírito da verdade” pode ser interpretado naturalmente como o “Espírito de Cristo”.
Qual a finalidade da vinda do Consolador? O verso 16 responde:
“… a fim de que esteja para sempre convosco.” João 14:16.
Esta expressão nos é familiar, pois Cristo também disse que estaria conosco:
“E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos.” Mateus 28:20.
Dento do contexto do capítulo 14 de João, temos mais algumas pistas muito importantes:
“Não vos deixarei órfãos, virei para vós.” João 14:18.
“Naquele dia conhecereis que estou em Meu Pai, e vós em Mim, e Eu em vós.” João 14:20.
Observem a semelhança das expressões extraídas de João 14, versos 17 e 20. No verso 17 Jesus afirma que o Espírito da verdade “…estará em vós”, no verso 20 Ele repete o conceito, afirmando que Ele, o próprio Jesus estaria “… em vós”.
Isto quer dizer que Cristo prometeu enviar o Seu próprio Espírito, não uma terceira pessoa. Como não poderia ajudar e consolar seus discípulos pessoalmente em carne, prometeu estar com eles de outra forma, isto é, através do Seu Espírito (pneuma).
A manifestação do “parákletos” (Espírito de Cristo) é prometida também no verso seguinte:
“Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda, esse é o que Me ama; e aquele que Me ama será amado pelo Meu Pai, e Eu também o amarei e Me manifestarei a ele.” João 14:21.
A promessa contida no verso acima está intimamente relacionada à promessa de João 14:16-20. Trata-se da promessa de que Jesus não deixaria Seus discípulos desamparados, mas que Ele viria e Se manifestaria a eles de outra forma: ESPIRITUALMENTE. No verso 26 Jesus chama o Consolador de Espírito Santo:
“Mas o Consolador (parákletos), o Espírito Santo…” João 14:26.
Também não é errado dizer que Deus é nosso Consolador. O apóstolo Paulo afirma que o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo “é o Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação.” II Coríntios 1:3. Afirma também que “Deus, que consola os abatidos, nos consolou…” II Coríntios 7:6. Portanto, o Espírito da verdade, o Consolador, é também o Espírito de Deus.
Voltando à análise do texto bíblico em questão, o mesmo diz: “E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador,…” João 14:16.
Os defensores da doutrina da trindade questionam o seguinte: Cristo prometeu “outro” Consolador, como poderia ser o próprio Cristo?
Primeiramente é importante relembrar que Cristo muitas vezes falava de Si mesmo na terceira pessoa do singular. Eis alguns exemplos:
“Desde agora estará sentado o filho do homem à direita do Todo-Poderoso Deus.” Lucas 22:69.
“Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te pede: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.” João 4:10.
“Então conhecereis a verdade e a verdade vos libertará… Se o filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” João 8:32 e 36.
“Mas aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas… as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome as suas ovelhas.” João 10:2 e 3.
“Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.” João 6:33.
Em resumo, quando Cristo profere discurso na terceira pessoa do singular, falando sobre a verdade, a água viva, o bom pastor, o pão de Deus, o “parákletos” e outros símbolos, na verdade está falando sobre Si mesmo. Por que Cristo utilizou a palavra “outro”? Convém lembrar que nem sempre a palavra “outro” refere-se literalmente a uma terceira pessoa. A palavra “outro” pode ter um sentido simbólico, já que está inserida num contexto repleto de símbolos. Eis um exemplo:
“O Espírito do Senhor se apossou de ti (Saul), e profetizarás com eles, e tu serás mudado em outro homem. …Sucedeu, pois, que, virando-se ele para despedir-se de Samuel, Deus lhe mudou o coração; …” I Samuel 10: 6 e 9.
Saul transformou-se literalmente em “outro” homem? Claro que não. Era o mesmo Saul, a mesma pessoa, mas agindo de outra forma. Semelhantemente, o Consolador é o próprio Cristo, mas atuando de “outra” forma, não mais em carne, e sim através do Seu Espírito.
No verso 28, Cristo repete a mensagem de forma literal:
“Vou e volto para junto de vós.” João 14:28.
2.5 – I João 2:1
Argumento trinitariano: Os defensores da doutrina da trindade ensinam que o “Parákletos” é a terceira pessoa da trindade.
“Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se todavia, alguém pecar, temos um Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.” I João 2:1.
O que diz a Bíblia?
O Senhor Jesus prometeu aos discípulos que após Sua subida aos céus, Ele lhes enviaria o poder de Deus, o Espírito Santo. Através deste poder, Jesus continuaria Sua obra com e nos discípulos. O poder foi chamado de “parákletos”, termo grego traduzido como Consolador, Conselheiro, Ajudador e Advogado.. Jesus pretendia trabalhar através daquele poder em favor dos crentes.
A palavra “parákletos” agora está sendo usada pelo apóstolo João. Ele com certeza entendeu os discursos de Jesus, ao referir-se sobre o “parákletos”, e agora tem a oportunidade de utilizar o mesmo termo grego e colocar sua interpretação de forma clara e inequívoca.
O “parákletos” apresentado pelo apóstolo João (I João 2:1) é o mesmo apresentado pelo Senhor Jesus (João 14:16 e 26). O “parákletos”, identificado como sendo nosso Consolador, Conselheiro, Ajudador e Advogado, é um só: JESUS CRISTO, nosso Senhor e Salvador, que atua em nossa vida através do seu “pneuma”.
2.6 – I João 5:7
Argumento trinitariano: Para os trinitarianos este versículo prova a existência de uma trindade.
“Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a palavra e o Espírito Santo; e este três são um.” I João 5:7.
O que diz a Bíblia?
Entre os eruditos este verso é considerado espúrio, não sendo aceito como parte genuína da Bíblia, portanto sem autoridade. Sendo este verso forjado, já que não consta nos melhores manuscritos, presume-se que o mesmo foi inserido por algum escriba trinitariano durante a Idade Média. Hoje em dia, trinitarianos honestos não usam este verso no ensino de sua doutrina. Quase todas as versões e traduções modernas corretamente omitem as palavras deste verso.
Com relação a este texto, a Bíblia de Jerusalém, usada e recomendada pela Igreja Católica, traz no rodapé a seguinte observação:
“O texto dos versículos 7-8 está acrescido na Vulgata de um inciso (aqui abaixo entre parênteses) ausente dos antigos manuscritos gregos, das antigas versões e dos melhores manuscritos da Vulgata, o qual parece ser uma glosa marginal introduzida posteriormente no texto: “Porque há três que testemunham (no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo, e esses três são um só; e há três que testemunham na terra): o Espírito, a água e o sangue, e esses três são um só.”
Outras versões da Bíblia, como a tradução de João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada, trazem o texto entre colchetes ou mesmo em itálico, mencionando que os textos apresentados de tal forma na Bíblia não pertencem aos manuscritos originais. Uma outra tradução de João Ferreira de Almeida omite simplesmente o versículo defendido pelos trinitarianos e apresenta o texto de I João 5:7-8 da seguinte maneira: “E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade. Porque três são os que dão testemunho: o Espírito, e a água, e o sangue; e estes três concordam.”
Um ponto relativo a este texto nos deveria chamar a atenção: Uma vez que os escritos da Bíblia foram inspirados por Deus, devemos crer que quaisquer acréscimos a estes escritos não provêm da parte de Deus, mas sim do inimigo de Deus. Assim, se Satanás teve tanto interesse em colocar um texto que favoreça a falsa crença em uma trindade, não é difícil desconfiarmos que a própria doutrina da trindade é de sua autoria.