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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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João e a vida eterna

João e a vida eterna
A vida é somente em Cristo – Algo que o apóstolo João costumava acentuar bastante era o ensino de que a vida era somente em Cristo, mediante Cristo e por meio de Cristo apenas. Não existe vida senão em Cristo. Com isso, ele acentua ainda mais que nós não temos uma alma imortal como posse presente a todos indistintamente, com uma imortalidade incondicional.

Pelo contrário, assim como Paulo, João acentua o fato de que a vida é unicamente em Cristo, que os que não seguem a Cristo não terão a vida e de que esta tem que ser buscada, resultante do fato de que não temos em nós um elemento que nos garanta a imortalidade. No seu evangelho, vemos João dar bastante ênfase aos ensinamentos de Cristo acerca do tema da imortalidade.

De acordo com o dicionário, “vida eterna” e “imortalidade” são sinônimos:

Imortalidade: é o termo utilizado para designar uma vida ou existência indestrutível, que se auto sustém.

Vida eterna: é o termo utilizado para designar uma vida ou existência indestrutível, que se auto sustém.

Também de acordo com o dicionário da Língua Portuguesa (DPLP), “imortalidade” significa:

1. Qualidade, estado daquilo que é imortal.
2. Duração perpétua.

“Vida” significa “o período de tempo que decorre desde o nascimento até a morte dos seres”[1]. Aplicando os significados de ambos os termos, o dicionário conclui que “Vida Eterna” significa: “Vida futura, a outra vida, a vida espiritual”. Biblicamente falando, teremos uma vida eterna (i.e, que não tem fim) quando formos ressuscitados dentre os mortos para a ressurreição da vida (cf. Jo.5:28,29; Jo.12:25; 1Tm.6:16; Rm.2:7; 1Co.15:51-54).

Portanto, vemos que “vida eterna” tem a mesma aplicação prática de “imortalidade”. Porém, perante a Bíblia, teremos uma vida eterna (i.e, imortalidade, viver eternamente) apenas por meio de Cristo. A vida eterna (imortalidade) é exclusividade dos salvos. Se alguém já tivesse imortalidade, Jesus não precisaria lhe prometer vida eterna . Para que dar vida eterna a alguém que já é imortal? Não seria o mesmo que “chover no molhado”?

“E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna” (cf. 1ª João 2:25)

“Contudo, vocês não querem vir a mim para terem vida” (cf. João 5:40)

Obter vida não é algo natural implantado em nós desde o dia do nascimento, mas algo que está presente em Cristo (cf. Cl.3:4; Rm.6:23), que é concedido àqueles que nEle creem (cf.Jo.17:3), a fim de entrarem no Paraíso quando obterem imortalidade, na ressurreição (cf. 1Co.15:51-54). A doutrina da imortalidade natural da alma não bate com os ensinamentos bíblicos acerca do que é a “vida” e de como a adquirimos.

Apenas perseverando que obteremos a vida: “É perseverando que vocês obterão a vida” (cf. Lc.21:19). Apesar de já possuirmos a vida por estarmos ligados a Cristo (cf. Jo.6:47), porque “a vida eterna consiste em que conheçam a ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste” (cf. Jo.17:3), nós só tomaremos posse da vida (eterna) por ocasião da ressurreição (cf. Jo.5:28,29; 1Co.15:51-54). Algo semelhante ocorre quando Paulo afirma que Cristo “destruiu a morte” (cf. 2Tm.1:10), mas mesmo assim as pessoas continuam morrendo (cf. Hb.9:27; Rm.5:12).

O que acontece é que Cristo destruiu a morte legalmente (por meio de sua ressurreição), entretanto a morte só será destruída literalmente (efetivamente) por ocasião da ressurreição (cf. 1Co.15:54), quando “se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória” (cf. 1Co.15:54). De igual modo, nós legalmente já somos possuidores da vida (cf. Jo.6:47; 6:40), porque já conhecemos ao Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, e é nisto que consiste a vida eterna (cf. Jo.17:3).

Contudo, nós só obteremos literalmente a vida por ocasião da ressurreição, quando “isto que é mortal se revestir de imortalidade” (cf. 1Co.15:53), e entraremos efetivamente na vida eterna, de fato, quando os justos “sairão para a vida” (cf. Jo.5:29) e os ímpios “sairão para a condenação” (cf. Jo.5:29), o que se dá por ocasião da ressurreição. Fazendo uma analogia, é como se agora os que creem em Cristo já tem o “passaporte” da vida eterna, ou seja, a garantia pela fé de que entraremos nela futuramente, ocasião em que vamos efetivamente entrar na ressurreição.

É este aspecto que Jesus aborda em Lucas 21:19 – “obterão a vida”:

“É perseverando que vocês obterão a vida” (cf. Lucas 21:19)

A vida é efetivamente um acontecimento futuro (“obterão”, e não “possui”!). A vida não é algo que já somos efetivamente possuidores por meio de uma alma imortal, mas algo que implica em perseverança (cf. Lc.21:19), e que os santos “obterão”, no futuro. Obter vida não é algo simplíssimo em decorrência de uma alma eterna em nós implantada, pelo contrário, é algo que se obtém por meio da perseverança! Cristo também afirma no evangelho de João:

“Pois, da mesma forma que o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, o Filho também dá vida a quem ele quer dá-la” (cf. João 5:21)

Esta passagem não faz sentido para os imortalistas, uma vez que os mortos já estariam vivos em algum lugar e, portanto, não iriam “obter” vida na ressurreição, mas tão-somente “continuar” vivos, como já estariam antes, supostamente em um estado desencarnado entre a morte e a ressurreição. Sendo que o processo de pensamento é geralmente associado à alma, segue-se que o ser racional estava realmente morto, e não vivo[2].
Vida eterna no futuro – Além disso, a Bíblia deixa claro quem é que herdará uma vida eterna: “E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe [ou mulher], ou filhos, ou campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais e herdará a vida eterna” (cf. Mt.19:29). Duas coisas ficam claras aqui. A primeira é que a vida eterna não é algo que todos já possuem, mas que alguns possuirão, no futuro, a saber: os salvos na ressurreição. Este mesmo relato em Marcos vem desta forma: “Que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no século futuro a vida eterna” (cf. Mc.10:30).

A vida eterna é algo relacionado ao século futuro, que vem do grego aion erchomai. A primeira palavra, como já vimos, significa: “para sempre, uma idade ininterrupta, tempo perpétuo, eternidade”[3]. A segunda, por sua vez, significa “vir”[4]. Se juntarmos as duas palavras, teríamos algo como “quando vier o eterno”, o que algumas traduções verteram por “século futuro”[5], “mundo vindouro”[6], “mundo por vir”[7], “século vindouro”[8] ou “mundo futuro”[9]. Por mais que os tradutores tenham tomado a liberdade de traduzirem de várias formas diferentes, todos são unânimes em demonstrar que a vida eterna não é algo que nós já possuímos, supostamente na forma de uma alma imortal, mas sim algo que possuiremos no futuro, e destinado apenas aos salvos, aqueles que decidiram seguir a Cristo, como diz o verso (cf. Mc.10:30; Mt.19:29).

Se nós fôssemos possuidores de uma alma imortal, essa imortalidade seria uma possessão presente, e destinada não apenas aos justos que seguem a Cristo, mas até mesmo aos ímpios, que na teologia imortalista vivem para sempre. Além disso, vemos que a posse da vida eterna não é em um estado intermediário imediatamente após a morte e antes da ressurreição, mas no aion erchomai, no século futuro, na consumação deste mundo, no mundo vindouro, quando “o eterno vier”, quando Jesus voltar, quando os mortos ressuscitarem. Jesus não disse em momento algum que eles iriam herdar a vida eterna logo após a morte em um estado intermediário, mas sim no “mundo vindouro” (cf. Mc.10:30; Mt.19:29), na Jerusalém celestial que descerá dos céus à Nova Terra prometida somente após a ressurreição se consumar (cf. Ap.21:2).

O apóstolo João, tanto em seu evangelho como também em suas epístolas, também acentua o fato de que a imortalidade é apenas em Cristo Jesus. Em seu evangelho vemos Cristo dizendo o seguinte:

“Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente” (cf. João 6:51)

Logo, quem não come do pão da vida não viverá eternamente. Vocês se lembram do apóstolo Paulo, que escreveu que a imortalidade é apenas por meio do evangelho (cf. 2Tm.1:10)? Da mesma maneira, João acentua tal fato: “Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá” (cf. Jo.6:57). Havia uma plena concordância entre os apóstolos de Jesus de que a vida não vem por meio de uma alma implantada no nascimento, mas essa vida é somente em Cristo, sem Cristo não há vida.

É por isso que João escreve: “Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida” (cf. 1Jo.5:12). Quem não tem Cristo não tem vida. Somente em Cristo temos a vida. Quem não tem Cristo nem sequer poderá ver a vida: “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (cf. Jo.3:36). Os ímpios nem ao menos verão a vida, pois essa é somente para quem crê no Filho de Deus, e a tem em seu nome: “Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome” (cf. Jo.20:31).

Em João 5:40, Cristo afirma: “Contudo, vocês não querem vir a mim para terem vida” (cf. Jo.5:40). Aqui são colocados dois caminhos finais: ter uma vida eterna ou ter a cessação de vida, que significa não ter vida nenhuma. De outro modo, não seria estritamente necessário vir a Cristo para ter vida, pois qualquer um teria vida em algum lugar de qualquer jeito! Sim, as palavras de Simão Pedro acertaram o alvo: “Senhor, para onde iremos? Tu tens as palavras de vida eterna” (cf. Jo.6:68). Não existe vida em outro lugar senão em Cristo. Ter a vida não é algo natural pela posse de uma alma imortal, mas é algo que obtém aquele que vem a Cristo, porque só os que vencerem obterão a vida: “Contudo, vocês não querem vir a mim para terem vida” (cf. Jo.5:40). Vejam o que diz o apóstolo João:

“Quem tem o Filho de Deus tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida” (cf. 1ª João 5:12)

A conclusão inequívoca a partir de tudo isso que o apóstolo João nos revela em suas epístolas e em seu evangelho é que ter uma vida eterna e consequente imortalidade herdando a vida não é uma possessão natural de todos os seres humanos por meio de uma alma imortal presa dentro do corpo. Pelo contrário, é mediante Jesus Cristo para aqueles que O seguem por meio do evangelho, negando-se a si mesmos e tomando a sua cruz, este terá o dom da vida e da imortalidade, obtido com a ressurreição dos mortos:

“Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados” (cf. João 5:28,29)

Por fim, no evangelho de João vemos Jesus dizendo:

“Este é o pão que desceu do céu, em nada semelhante àquele que os vossos pais comeram e, contudo, morreram; quem comer este pão viverá eternamente” (cf. João 6:58)

Será que os ímpios também comem do pão da vida?

Em suma, através dos ensinamentos de João podemos compreender que:

1º A posse da vida eterna (imortalidade) não é algo natural já infundido em nossa natureza através de uma alma imortal, mas é algo futuro.

2º Não se obtém uma vida eterna através de uma alma eterna, mas por se crer em Cristo Jesus, através da ressurreição dos mortos.

3º Os ímpios não possuem a imortalidade, pois essa é exclusividade daqueles que “comem do pão da vida” (creem no Filho de Deus).

4º A posse da vida eterna está diretamente relacionada ao “século futuro”, ou “mundo vindouro”, conforme Marcos 10:30 e Mateus 19:29, algo que só se consuma na ressurreição dos mortos e segunda vinda de Cristo, com a chegada de novos céus e nova terra inaugurando o “mundo vindouro” que Jesus se referia, e não imediatamente em um estado intermediário antes da consumação deste mundo e da ressurreição.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)

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