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Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
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Incoerência da Teologia da Substituição

Incoerência da Teologia da Substituição
Não nos interessa aqui tecer um estudo detalhado sobre a origem e a evolução desta teologia surgida nos primórdios do cristianismo. Qualquer livro sobre a história da igreja cristã pode lhe dar em detalhes toda sua base e fundamentos.

No ver esta teologia foi a pior de todas, pois veio inculcar nas pessoas um desprezo pelo povo judeu, por Israel e, por fim, por todas as doutrinas do Antigo Testamento, principalmente, no tocante as maravilhas da Torah ou Pentateuco, que trata dos cinco primeiro livros da Bíblica, escrito na maioria deles por Moisés e pelo próprio D-us, conforme relatado nas próprias escrituras.

Logo depois era publicado o concílio de Nicéia que ditava credo cristão e dentre outros pontos, endossava a substituição da igreja por Israel, Roma como o centro da igreja, se desvinculando de uma vez por todas de Jerusalém. O terrível Marcião era um anti-semita declarado e pregava que qualquer cristão que utilizasse algum símbolo judaico ou mesmo nome ou realizasse qualquer celebração judaica seria considerado cúmplice da morte de cristo juntamente com os judeus. As oposições de Tertuliano para que a igreja não perdesse suas raízes foram em vão. No final do século IV o Bispo da Antioquia, Crisiston, ou Crisóstomo, escreveu uma série de oito sermões contra o povo judeu. Ele tinha visto cristão orando como judeus, fazendo juramentos frente à Arca, e alguns observavam as festas bíblicas judaicas. Suas duras críticas foram pesadas e diabólicas, pois tratava as sinagogas como zona de meretrício e teatro, cheio de ladrões e bestas selvagens. Este Crisóstomo declarava os judeus culpados da morte de Cristo.

Eu, pessoalmente, creio que o próprio Crisóstomo, não tinha idéia do tamanho e diabólico prejuízo que suas doutrinas causariam para os cristãos e para os judeus. Tudo isto foi um processo longo; as pessoas não percebiam de imediato a intenção maligna por trás disso tudo.

Vejamos, abaixo um pequeno trecho da profissão de fé da Igreja de Constantinopla que um judeu ou cristão deveria fazer: “ Renuncio a todos os costumes, ritos, legalismos, pão ázimo e sacrifícios de cordeiros dos hebreus, e a todas as demais celebrações hebraicas, preces, aspersões, purificações, santificações, jejuns, luas novas, shabats, …hinos, cantos,… abstinência de alimentos e bebidas dos hebreus; numa palavra renuncio tudo que é judaico, absolutamente tudo, a todas as leis, ritos e costumes… e se mais tarde quiser renegar e voltar à superstição judaica, ou for surpreendido fazendo uma refeição com os judeus, ou celebrando suas festas, ou conversando secretamente e condenando a religião cristã em vez de rejeitá-las abertamente e condenar sua fé vazia, que o tremor de Caim e a lepra de Gehazi se apoderem de mim, assim como os castigos legais a que me reconheço sujeito. E que eu seja um anátema no mundo que há de vir, e que satanás e os demônios se apoderem de minha alma.”(1)

Por este credo de Constantinopla podemos ter idéia da gravidade e do rompimento da igreja cristã com Israel e com a religião judaica.

Para se ter idéia desta tragédia, até nos dias de hoje, esta teologia é pregada em quase todos os seminários das igrejas evangélicas e em quase todas as centenas e centenas de denominações.
Em resumo simplório, ela diz, D-us rejeitou Israel e seu povo, o qual entrou em maldição sendo espalhado pelo mundo, e a Igreja de Jesus, nós os crentes, substituímos Israel e o povo de D-us. Somos seu Israel espiritual e todas as promessas para Israel e seu povo são agora nossos de direito e de fato. Todas as promessas de Israel são para nós, a lei de Moisés é coisa de judeu e não temos muito interesse nestas leis.

Se conhecemos a bíblia, veremos que não é bem assim. São dezenas e dezenas de profecias mostrando a conversão de Israel ao Messias, os remanescentes.

Primeiro ponto a considerar: – D-us não rejeitou Israel e seu povo. Vamos citar como exemplo Jeremias 31:35-37:…” Assim diz o Senhor, que dá o sol para luz do dia, e a ordem estabelecida da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o mar…Se esta ordem estabelecida falhar diante de mim, diz o Senhor, deixará também a linhagem de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. Se puderem ser medidos os céus lá em cima , e sondados os fundamentos da terra em baixo, também eu rejeitarei toda a linhagem de Israel, por tudo quanto eles tem feito diz o Senhor….”

Ou seja, está muito claro, assim como esta ordem planetária não falhará, assim também D-us não rejeitou seu povo.

Outra passagem no Novo Testamento está em Romanos 11:1-2…” Por acaso D-us rejeitou ao seu povo? A resposta é: “ … De jeito nenhum… D-us não rejeitou seu povo que antes conheceu…”

Em outras dezenas e dezenas de passagens veremos a conversão dos judeus a Yeshua há Mashiach, ou seja, eles reconhecerão o seu messias Jesus, que veio com Ben José, salvador da humanidade, morrendo sendo crucificado por ela, e agora voltara como Ben David, ocupando o trono de David, reinando sobre as nações. Jer 31:33… Mas este é o meu pacto que farei com a casa de \Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu D-us e eles serão o meu povo.”

Em muitas outras passagens vemos o novo nascimento acontecendo para Israel e para o povo judeu. Até hoje a igreja erra ao tomar textos específicos para Israel e tomá-l0 para si, a igreja. Claro, que temos promessas em comum. Mas, na maioria das vezes, podemos distinguir facilmente, as promessas para Israel e para a Igreja. A seguir, temos uma promessa de novo nascimento ( conversão) para Israel: Ezequiel 36;26: “ também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo. E tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne…”

Outra promessa no Novo Testamento está em Efésios 2: 11-19, mostra que os gentios salvos se unem agora aos judeus messiânicos (salvos), sendo agora uma só família, a família de D-us, pois o muro da separação entre gentios e judeus foi derrubado por Cristo, e agora eles podem ser um só Corpo.

Em Romanos 11:25-26 diz que quando a igreja gentílica tiver alcançado a plenitude, então, todo Israel será salvo. Tomo a liberdade de entender como plenitude como sendo algo que fala de quantidade, um número, mas também, sobre qualidade. Se me perguntarem o que para mim é mais importante, eu diria Ter quantidade sem qualidade não serve para quase nada. O Espírito Santo de D-us procura agora filhos maduros, aqueles que podem apresentar qualidade madura de fé, qualidade de caráter e de vida espiritual.

Outra passagem que temos específico para a salvação de Israel está registrado pelo profeta Zacarias com grande propriedade: ..” Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o espírito de graça e de súplicas; e olharão para aquele a quem traspassaram, e o prantearão como quem pranteia por seu filho único; e chorarão amargamente por ele, como chora pelo primogênito.” Este texto para mim é de incrível clareza , falando sobre o filho unigênito e o primogênito de D-us Pai.

Estes são somente alguns exemplos que D-us não rejeitou seu povo e que o mesmo não ficará fora da salvação. Além do mais, D-us tem outras dezenas de passagens na Bíblia mostrando que somente os judeus crentes, os messiânicos, cumprirão certas promessas específicas, como por exemplo, a composição dos 144.000 no período tribulacional que antecede a Vinda Gloriosa do Senhor.

Por isso, não podemos confundir, Israel e Igreja. Ambos podem ser um só em Cristo. Ou seja, quanto à salvação não há diferença entre judeus e gentios (não judeus) , isto é, todos precisam da fé e do arrependimento para serem salvos por Cristo. Mas há diferenças como povo e nação, pois para eles têm-se mandamentos, estatutos e ordenanças perpétuas. Afinal, Yeshua não volta para Nova York ou Miami, ou Paris ou São Paulo, Ele volta para Jerusalém, Israel.

Como vocês podem ver, não espaço na bíblia para uma teologia da substituição da igreja por Israel. Ambos será salvos, mas com funções e papéis definidos que serão abordados mais a frente deste livro.

Mas, creiam, nunca a Igreja poderá substituir Israel. Israel é um milagre de D-us, um plano supremo para toda a humanidade. Toda a eleição de e Israel como povo escolhido está ainda se cumprindo. Claro, que com a vinda no Messias, o grande plano de salvar a humanidade foi aberto, mas ainda não terminou. Por isso, D-us agora restaura O “Eretz” Israel, a terra de Israel, para posteriormente, continuar restaurando seu povo. Por isso, é importante que a Igreja entenda seu papel e ajude a Israel, intercedendo por ele, levando a eles, seu Messias, para que Israel, através dos remanescentes possa cumprir seu papel. Como dissemos, não há diferença entre judeus e gentios quanto á salvação (todos precisam de Cristo), mas diferenças como povo e nação.

Será que a igreja gentílica pode entender por que os judeus permanecem em suas sinagogas, fazendo suas rezas, preservando a língua hebraica, quando o rolo da Torah? Para que? Não seria a hora da Igreja Gentílica desconfiar que tudo isto tem sido preservado para a Igreja e o tempo do Senhor?

Pelo menos três razões podemos citar sobre o por quê da eleição de Israel: – primeiro, que através desta nação veio o Salvador para o mundo ( Jo 4:22; gen 12:3; segundo, que Israel tem sido o depositário da divina revelação e, terceiro, que Israel levará a mensagem de D-us a todas as nações. D-us elegeu Israel simplesmente por seu amor, apesar de ser o mais insignificante dos povos ( Deuteronômio 7:6-8), para ser benção a todas as nações. Foi um privilégio, mas maior do que o privilégio, é a responsabilidade. Por isso, Israel é tão falho, e tão punido, pagando um alto preço por sua escolha. Mas, no final serão vitoriosos. É o milagre de D-us.

Só poderemos entender a importância da relação Israel e a Igreja, se pudermos entender o plano espiritual para tudo isto. Sem entendimento do plano espiritual, estaremos vagando na fé, produzindo um evangelho muitas vezes inócuo, comercial e prolixo, como qualquer grupo de pessoas, partido ou parte de uma sociedade que não conhece deus direitos e obrigações.

Em resumo, os estragos da teologia da substituição tem sido enormes. Primeiro, separou a Igreja de Israel e do povo judeu, trazendo ódio, divisão e separação. Segundo, rompeu com as raízes judaicas da fé, chamada hoje cristã, mas que na verdade sempre foi e continuará sendo judaica. Terceiro, criou-se um campo minado para que mais tarde várias atrocidades fossem cometidas contra o povo judeu, como as Cruzadas, Inquisição e o próprio holocausto. Quarto, o judeu passou a ter repúdio a todo cristão, pois os viam como aquele que lhe “robou” o título de povo escolhido e, além de tudo, o substituiu. Quinto, daí decorreram-se inúmeras doutrinas dos pais da igreja acusando Israel de deidício, isto é, o crime de ter matado o próprio D-us, na pessoa do seu Filho, Yeshua. Sexto, propiciou que a intenção satânica de afastar a Igreja de Israel fosse uma aparente verdade, pois o inimigo sabe pelas Escrituras que o inferno não pode prevalecer contra a Igreja verdadeira de Yeshua. O diabo acha que a situação está neutralizada, mas a grande verdade é que o Todo Poderoso sempre esteve no controle de todas as coisas. São os ministérios de D-us. Mas, agora levantam-se homens e mulheres destemidos para por abaixo este plano diabólico e reconectar a Igreja de volta às suas raízes bíblicas e judaicas. Clamando e intercedendo para que eles conheçam o Seu Messias esperado, e que o mesmo volte, rápido, em glória e poder.

Todo aquele que defende a teologia da substituição na verdade torna-se um anti-semita, contra os planos que o Eterno ainda tem para a nação de Israel e para o povo judeu.

Minha oração neste dia é que o Espírito Santo De D-us, Ruach Há Kodesh esteja abrindo os olhos de todos os cristãos e que eles passem a ver Israel como plano insubstituível de D-us, benção para todas as nações.

(1) – Profissão de fé da Igreja de Constantinopla: de Assemi, cod. Lit., p. 105, citado em David Stern pag.49 – Livro O manifesto Judeu Messiânico- 1989- Editora Comunidade Emanuel.

(Marcelo M. Guimarães – Ministério Ensinando de Sião – www.ensinandodesiao.org.br )

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