Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Elohim verdadeiro, e a Yeshua o Messias, a quem enviaste. JOÃO 17:3
Ieshua é o senhor do sábado e por isso quem crê nele não tem de guardar o shabat .
2º – Mateus 12:8 “Porque o Filho do Homem é senhor do sábado”
Interpretação Comum
Ieshua é o senhor do sábado e por isso quem crê nele não tem de guardar o shabat como manda a lei.
Refutação
Vamos ver o texto completo:
“Por aquele tempo, em dia de sábado, passou Ieshua pelas searas. Ora, estando os seus discípulos com fome, entraram a colher espigas e a comer. Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado. Mas Ieshua lhes disse: Não lestes o que fez David quando ele e seus companheiros tiveram fome? Como entrou na Casa de Elohim, e comeram os pães da proposição, os quais não lhes era lícito comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes? Ou não lestes na Torah que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo: aqui está quem é maior que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não teríeis condenado inocentes. Porque o Filho do Homem é senhor do sábado” Mt 12.1-8.
O texto diz que os discípulos colheram espigas no shabat e os fariseus repreenderam Ieshua por isso. Não vemos em nenhum momento Ieshua dizendo que a partir daquele momento não teriam mais que guardar o shabat, mas sim que em certas ocasiões era permitido que alei fosse “quebrada”, como por exemplo quando David e seus homens comeram dos pães que só os sacerdotes podiam comer, pois tinham fome, tinham necessidade de se alimentar. Outro exemplo é que os sacerdotes “transgridem” o shabat para executar as tarefas no Templo. Da mesma forma os discípulos podiam alimentarem-se sem transgredir o shabat.
Acontece que na Torah existe uma hierarquia de mandamentos ou seja, pode acontecer de um mandamento ser transgredido para que outro maior seja cumprido. Por exemplo, o caso da circuncisão no shabat: caso o 8º dia de um menino judeu caia no shabat, ele deve ser circuncidado da mesma forma, pois o mandamento da circuncisão é superior ao mandamento da guarda do shabat. Então preservar a vida é mais importante do que guardar o shabat, e é por isso que os discípulos de Ieshua ficaram sem culpa por terem colhido espigas no shabat. Aqueles fariseus também sabiam disso, mas buscavam pega-lo em alguma armadilha.
Esse texto está imediatamente ligado ao texto seguinte que diz:
“Tendo Ieshua partido dali, entrou na sinagoga deles. Achava-se ali um homem que tinha uma das mãos ressequida; e eles, então, com o intuito de acusá-lo, perguntaram a Ieshua: É lícito curar no sábado? Ao que lhes respondeu: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma ovelha, e, num sábado, esta cair numa cova, não fará todo o esforço, tirando-a dali? Ora, quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem. Então, disse ao homem: Estende a mão. Estendeu-a, e ela ficou sã como a outra” Mt 11.9-13.
Esse texto ilustra claramente o que foi dito acima, que um mandamento deve ser quebrado para o cumprimento de outro mais importante. Segundo a lei judaica, é lícito fazer o bem no shabat, mas o que é fazer o bem no shabat? Coisas como comprar comida, comprar remédios, curar, salvar vidas, enfim, tudo o que estiver relacionado com a preservação da vida. E foi exatamente o que eles perguntaram: “É lícito curar no shabat?” Todos eles sabiam que sim, só que mais uma vez queriam testar Ieshua, que respondeu com toda a sua sabedoria: “logo, é lícito, nos sábados, fazer o bem”. Inclusive vemos em Lucas o inverso, Ieshua indagando a eles se era lícito fazer o bem no shabat, salvar uma vida ou deixa-la perecer (Lc 6.9). Vemos que a reação daqueles fariseus a essa resposta foi a de conspirarem contra Ieshua por medo de tanta sabedoria e conhecimento da Torah do Eterno.
Outro versículo que frequentemente é usado para refutar a guarda do shabat é este:
“No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Sha´ul, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite” At 20.7.
Segundo a interpretação cristã, os discípulos se reuniam no primeiro dia da semana, e não mais no shabat como era costume deles enquanto judeus. O fato é que a expressão “primeiro dia” no idioma original quer dizer “imediatamente após o shabat”, ou seja, em uma cerimônia que termina o shabat, e o separa dos demais dias da semana. Prova disso é que o discurso de Sha’ul durou até a meia-noite, é muita incoerência pensar que Sha´ul pregou do domingo de manhã até à meia-noite.
Acontece que no calendário judaico, o dia começa no por do sol do dia anterior, por exemplo, o shabat começa no por do sol da sexta-feira, e o domingo começa no por do sol do shabat. Foi também nesse momento que Ieshua ressuscitou confirmando mais uma vez a santidade do shabat.