Como ficou claro, as duas profecias, os 70 anos de Daniel 9 e as 2300 tardes e manhãs de Daniel 8 são duas profecias distintas. Logo, é impossível, por exemplo, usar o inicio da profecia de Daniel 9 (457 AC) e lançar como inicio da profecia das 2300 tardes e manhãs, que seria por volta de 168 AC.
Parece que o fator que gerou o erro de compreensão e interpretação da profecia foi a fala do Profeta Daniel no final do capitulo 8 ao dizer que não entendeu a visão. Desse modo, levou Guilherme Miller interpretar o capitulo 9 como sendo a continuação e a explicação do capitulo 8, uma vez que o profeta não teria entendido a visão, o que não é verdade.
Acontece que quando Daniel fala que não entendeu a visão, fala por perceber na profecia uma perseguição ao povo de Israel e uma profanação do templo. Ou seja, como o povo poderia ser perseguido e ter seu templo profanado, se no contexto em que a profecia foi dada o povo de Deus estava cativo em Babilônia e ainda sem santuário? Não havia santuário no contexto da profecia! Foi somente isso que ele não entendeu!
Perceba no começo do capitulo 9 e na oração que Daniel fez que o profeta demonstra intensa preocupação com o “POVO DE ISRAEL” e quando o Anjo lhe aparece e diz ” eu vim para fazer você entender o sentido da visão” na continuação diz que Jerusalém seria restaurada . Então fica claro a unica ligação entre as duas profecias: no capitulo 8 Daniel vê o santuário sendo profanado e o povo de Deus sendo perseguido só não entende como aconteceria isso, já no capitulo 9, Deus responde as inquietações do profeta, mostra que seu povo iria voltar para sua terra e que a Cidade e o templo seriam restaurados. A relação entre as duas profecias não tem nada a ver com o inicio das 2300 tardes e manhas, mas com aquilo que iria acontecer com o povo de ISRAEL.
Guilherme Miller errou feio na interpretação dos símbolos proféticos e para piorar a situação, os adventistas, que estavam muito desapontados por Jesus não ter voltado em 1844, criou em cima do erro de Guilherme Miller, uma outra doutrina equivocada: a doutrina do juízo investigativo. Dizem que a contagem de Guilherme Miller estava certa – o que não é verdade – falam que o erro está no evento que aconteceria na data. Em vez de considerar 22 de outubro de 1844 como sendo o fim do mundo, deveria considerar como o dia em que Jesus teria passado do lugar santo para o lugar Santíssimo no Santuário celestial. Mas se a contagem de Guilherme está errada como poderia ter acontecido isso?
Além do mais, outro motivo que nos leva a entender que a purificação do santuário de Daniel capítulo 8 não tem nada a ver com a entrada de Cristo no lugar Santíssimo do Santuário celestial é o contraste entre a purificação feita no dia do juízo e a purificação necessária após o inimigo (rei que representa a ponta pequena) profanar o santuário. No dia do juízo era feita uma purificação pelos pecados do povo que fora registrado no altar pelo sangue. A purificação do santuário em Daniel 8 não era pelos pecados do povo, mas sim pelo fato de um rei ter profanado o santuário e feito abominações dentro dele. A necessidade de purificação em Daniel 8 era por causa da profanação e não pelos pecado do povo de Deus não há como associar uma coisa com a outra!
Outra coisa que muita gente, por descuido, não percebe é a duração da profanação do santuário, seu inicio e seu fim. Uma compreensão correta do capitulo 8 nos mostra que durante o tempo das 2300 e tardes e manhas o santuário seria profanado e entregue nas mãos de um rei diabólico. Como podemos crer que desde 457 AC até 1844 DC o santuário ficou profanado!! Que loucura seria essa! E mais ainda: a profanação teria de ter começado com o santuário terreno e ter terminado com o santuário do céu! Aí precisa de Gardenal mesmo viu! rsrs
E, também, quando Estevão morreu, ele viu Jesus a direita de Deus no céu, se ele estava a direita do todo poderoso, ele já estava no lugar santíssimo, o que derruba a tese de que ele teria ficado no lugar santo como sacerdote até 1844 para somente depois entrar no lugar santíssimo como sumo sacerdote. Ademais, o santuário do céu não tem divisão, o terreno necessitava de uma cortina para impedir que as pessoas olhassem a glória de Deus, já o templo de Deus no céu não tem essa necessidade.
Assim, fica evidente que em 1844 não aconteceu nadica de nada, que essa “estória” do surgimento do povo do advento nessa data, que os Anjos de apocalipse 14 são o grupo de Guilherme Miller anunciando o “evangelho eterno” na época, tudo isso é balela, infelizmente a verdade tem que ser dita, balela, e você ainda vai continuar acreditando nisso? Saia dessa irmão!
Postado por Fabio Bento