DIÁCONO – A palavra “diácono” vem de diakonos que é encontrada algumas 30 vezes no Novo Testamento. Palavras semelhantes são diakonia (ministério ou diaconato) e diakoneo (servir ou ministrar). “Diácono” quer dizer “atendente” ou “servo”. A mesma palavra descreve escravos, empregados e obreiros voluntários. A ênfase não está na posição da pessoa, mas no servo em relação ao seu trabalho.
Os diáconos, ou servos, na Bíblia incluem servos domésticos (Jo 2.5,9), e governantes (Rm 13.4), mas os usos mais comuns são de servos de Cristo e da igreja. Jesus usou a palavra para descrever seus discípulos, um em relação aos outros (Mt 23.11), e Paulo usou a mesma palavra freqüentemente para descrever evangelistas ou pregadores da palavra (1 Co 3.5; Ef 6.21). Estes termos, nos usos gerais, descrevem tanto homens como mulheres (Lc 10.40; Rm 16.1). Todos os cristãos devem servir uns aos outros (1 Pe 4.10).
Pela natureza da palavra e o contexto da função, se vê que os diáconos cumpriam uma função de serviços secundários, ajudando aos Presbíteros numa localidade, atendendo às necessidades da congregação (At 6.1-6), talvez ajudando no recolhimento das ofertas (1 Tm 3.8) e outras funções administrativas (1 Tm 3.12). Foram escolhidos para servir à igreja (At 6.1-6), sob a supervisão dos apóstolos. Realizavam também a tarefa de evangelismo (At 6.1-3; 8.12).
Alguns diáconos: Timóteo (1 Ts 3.2; 1 Tm 4.6), Tíquico (Cl 4.7), Epafras (Cl 1.7), Paulo (1 Co 3.5) e o próprio Cristo (Rm 15.8). A diaconia bíblica não se caracteriza por poder e proeminência mas por serviço ao próximo, por cuidados pastorais. Embora todos os cristãos devem servir a Deus (Rm 6.22-23) e uns aos outros (Mc 10.42-45), o diácono é um servo com um trabalho definido para fazer na igreja (veja At 6.1-5 como exemplo deste tipo de serviço). Era um cargo diferente do presbítero (Fp 1.1).
Estas qualidades são necessárias para ser diácono na igreja do Senhor (1 Tm 3.8-12):
• Irrepreensível (3.8): notável pelo seu comportamento sério e pela confiança que os outros têm nele.
• De uma só palavra (3.8): convicto e fiel ao que diz (Ef 4.11-16).
• Não inclinados a muito vinho (3.8): quem bebe não tem reto juízo (Pv 31.4-5; Is 28.7).
• Não cobiçosos, honesto (3.8): que não cairia na tentação da riqueza.
• Ter a consciência limpa (3.9): um servo fiel de acordo com a palavra de Cristo (veja 1 Co 4.1-2).
• Primeiramente experimentados (3.10): deve ser aprovado antes de assumir a função, não depois.
• Aprovados na família (3.12): Deve ser fiel à esposa e cuidadoso com a vida espiritual de seus filhos. Ser marido e pai é um serviço adequado para provar o caráter do homem de Deus (veja Ef 5.22-6.4).
O bom serviço do diácono resulta em ainda mais confiança e respeito dos outros e no crescimento espiritual do diácono (3.13). Os verdadeiros diáconos devem servir bem e com excelência, auxiliando os Pastores e Presbíteros em diversos aspectos do trabalho da Igreja, com a finalidade de adquirir uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus (1 Tm 3.13).
PRESBÍTEROS – Os presbíteros (episkopos) tinham várias funções: que pregavam e ensinavam (1 Tm 3.2; 5.17; Tt 1.9), oravam e ungiam os enfermos (Tg 5.14), dirigiam igrejas (1 Pe 5.2; 1 Tm 5.17). Segundo o relato de Lucas sobre a origem e expansão do Cristianismo, os presbíteros já estavam presentes na igreja de Jerusalém (At 11.30, 14.23, 15.2,4,6-23), onde eram constituídos de cidade em cidade (Tt 1.5). Tiago e Pedro em suas epístolas gerais, dirigem-se aos presbíteros (1 Pe 5.1,2; Tg 5.14). Paulo dirige-se a eles e os chama de bispos (episkopos), outra palavra empregada para designar este mesmo cargo (At 20.28).
Não se sabe quem eram e como foram escolhidos esses presbíteros – provavelmente pela imposição de mãos (At 6.6; 13.3; 1 Tm 4.14; 5.22) – mas certamente foram consagrados pela igreja sob orientação do Espírito Santo e conforme suas qualificações. Parece que atuavam de maneira semelhante aos anciãos das comunidades judaicas e do Sinédrio (At 11.30; 15.2-6.22-23; 16.4; 21.18).
Se algum homem deseja ser presbítero, deseja um encargo nobre e importante (1 Tm 3.1). É necessário, porém, que o obreiro seja chamado por Deus e essa aspiração seja confirmada pela Palavra de Deus (3.1-10; 4.12) e pela igreja (3.10). A igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem visão ou chamada.
Quem na igreja comete graves pecados morais, desqualifica-se para o exercício pastoral e para qualquer posição de liderança na igreja local (cf. 3.8-12). Tais pessoas podem ser plenamente perdoadas pela graça de Deus, mas perderam a condição de servir como exemplo de perseverança inabalável na fé, no amor e na pureza (4.11-16; Tt 1.9). Já no AT, Deus expressamente requereu que os dirigentes do seu povo fossem homens de elevados padrões morais e espirituais. Se falhassem, seriam substituídos (ver Gn 49.4; Lv 10.2; 21.7,17; Nm 20.12; 1Sm 2.23; Jr 23.14; 29.23). (Pv 6.32,33). O exemplo de Davi (2Sm 11.1-21; 12.9-15) não é justificativa para a pessoa continuar à frente da igreja de Deus, mesmo tendo violado os padrões já mencionados. Ele era rei e não sacerdote (muitos reis foram extremamente ímpios). Davi não teria as qualificações para o cargo de pastor de uma igreja do NT. Ele teve diversas esposas, praticou infidelidade conjugal, falhou grandemente no governo do seu próprio lar, tornou-se homicida e derramou muito sangue (1Cr 22.8; 28.3).
Qualidades exigidas do presbítero (1 Tm 3.1-7; Tt 1.6-9; At 6.1-3):
• Irrepreensível (1 Tm 3.2; Tt 1.6,7): Os padrões bíblicos do presbítero são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro é mais importante do que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos. O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade devida.
• Vigilante, sóbrio, honesto, moderado (1 Tm 3.2; Tt 1.7,8)
• Hospitaleiro (1 Tm 3.2; Tt 1.8)
• Apto para ensinar, sábio (1 Tm 3.2; Tt 1.9; At 6.3)
• Não dado ao vinho (1 Tm 3.3; Tt 1.7)
• Não cobiçoso (1 Tm 3.3; Tt 1.7): Seu caráter deve demonstrar o ensino de Cristo em Mt 25.21 de que ser “fiel sobre o pouco” conduz à posição de governar “sobre o muito”.
• Aprovado na sua família (1 Tm 3.4,5; Tt 1.6): marido de uma mulher (fiel – não polígamo) e governe bem sua casa.
• Não seja neófito (1 Tm 3.6; Tt 1.7): é preciso ser experimentado para não se ensoberbecer.
• Obediente (Tt 1.6)
• Ter bom testemunho (1 Tm 3.7; At 6.3): O líder cristão deve ser, antes de mais nada, “exemplo dos fiéis” (4.12,15; Tt 2.7; 1 Pe 5.3). Isto é: sua vida cristã e sua perseverança na fé podem ser mencionadas perante a congregação como dignas de imitação.
• Santo, cheio do Espírito Santo (Tt 1.8; At 6.3)
• O obreiro deve ser fiel (1 Co 4.1,2).
Devem ser dignos de honra duplicada os que dedicam à Palavra e ao ensino (1 Tm 5.17-19).
Sites consultados em (15/05/07):
http://www.ebdweb.com.br/licoes/licao5_0103.htm
http://www.estudosdabiblia.net/bd65.htm
http://www.estudosdabiblia.net/tim5.htm
http://www.vivos.com.br/306.htm
Obras Consultadas:
STAMP, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de janeiro: CPAD, 1995.
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. São Paulo, Vida Nova: 1999 1ª edição.
DUFFIELD, Guy P.; CLEAVE, Nathaniel M Van. Fundamentos da Teologia Pentecostal. São Paulo: Quadrangular, 1991.
Postado por Kleber Maia